segunda-feira, 16 de abril de 2018

RUI MARTINS DÁ A DICA: UMA CHAPA MARINA-BARBOSA SERÁ IMBATÍVEL!

O candidato Jair Bolsonaro da extrema-direita brasileira, é uma espécie de ressurreição de Enéas Carneiro e o seu Prona, bem como de Plínio Salgado e seus integralistas, conhecidos como galinhas verdes.

Sofre da mesma rejeição da extremista francesa de direita, Marine Le Pen: tem um entusiasmado eleitorado conservador, nacionalista e reacionário, capaz de levá-lo até a vencer o primeiro turno das eleições presidenciais, porém não irá além de um máximo de 30% dos votos, um terço do eleitorado.

Na França, por duas vezes a Frente Nacional, o partido da extrema-direita, chegou ao segundo-turno. Na primeira, com seu fundador, Jean-Marie Le Pen; e, na segunda, com sua filha, Marine Le Pen.

A possibilidade de ter na presidência da França alguém considerado como próximo do nazifascismo fez com que, nessas duas vezes, todos os partidos democráticos, de direita e de esquerda, se unissem para evitar o desastre.

Assim, Jacques Chirac venceu com 82% dos votos e Macron, um neoliberal, recebeu 66% dos votos, deixando para Marine Le Pen 34%. Mesmo a contragosto, o eleitorado de esquerda foi votar em Chirac e Macron, barrando assim o caminho aos que representam as ideologias derrotadas na 2ª Guerra Mundial.
Le Pen pai e filha: desastres evitados na França.
Diante da ameaça Bolsonaro, acredito que as lideranças de direita e de esquerda pedirão aos seus eleitores para votarem juntos, no segundo turno, impedindo assim uma vitória da extrema-direita. Imagino eleitores petistas, do Psol ou da Rede votando no Alkmin ou Dória, e eleitores dos partidos de direita votando em Ciro, Marina ou Wagner, no segundo turno.

Diante da eliminação da candidatura Lula, a esquerda só terá chance de ir para o segundo turno na hipótese de um candidato único, possibilidade atualmente remota. Entretanto, se Marina conseguir convencer o ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa, a ser seu vice, ou se Marina for vice de Barbosa, as primeiras sondagens mostram que essa chapa poderá até mesmo assumir a dianteira no primeiro turno, na frente de Bolsonaro.

É simples, as sondagens divulgadas no último domingo (15) pela Folha de S. Paulo dão 14% para Marina e 8% para Joaquim Barbosa. Unindo-se os dois, termos 22% bem na frente de Bolsonaro. Esperemos que o PT, na campanha eleitoral, não queira destruir, como fez em 2014, a concorrente de esquerda, para ser possível uma união no segundo turno.
Cabe a nós evitarmos este desastre aqui!
É verdade que sem Lula, o PT perdeu sua força, pois em lugar de ter-se construído em cima de um programa e ideologia, se baseou no culto de uma pessoa e, por isso, dificilmente irá ao segundo turno.

Quem sabe chegou a hora do PT ter coragem de fazer sua autocrítica, reconhecer não ter o monopólio da esquerda e das lutas sociais. 

Mas, nesta altura, embora tendo sido um partido de diversas esquerdas na sua criação, é legítima a pergunta: o PT é ainda um partido de esquerda ou um partido populista que apostou no culto pessoal, perdeu seu programa e não preparou ninguém para ocupar o lugar de Lula?

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