sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

DICA DO LULA: "QUER SER BOM JORNALISTA? FAÇA COMO O REINALDO AZEVEDO!"

Lula aponta o modelo...
Façam como o Reinaldo Azevedo, leiam o processo, recomenda Lula aos jornalistas.

A minha recomendação seria bem outra: "Não façam como o Lula, a Dilma e o PT, que se ferram por acreditarem nos valores republicanos, na democracia burguesa e numa Justiça a serviço da classe dominante (tanto que, nos momentos decisivos, alinha-se sempre com os donos do PIB)".

É o que eu cansei de recomendar durante o impeachment da Dilma: de que adiantava travar no campo jurídico uma guerra que verdadeiramente não era jurídica? Por que insistir em perder batalha após batalha, coonestando os êxitos inimigos ao obedecer caninamente ao roteiro constitucional da degola se, desde que a Câmara Federal autorizou a abertura do processo, a condenação e a perda do mandato se tornaram favas contadas?

Mas, resistir ao impeachment nas ruas onde o povo está (e não na Praça dos Três Poderes onde não tem povo nem quase ninguém que seja justo e digno) é tudo que o PT deixou de fazer ao escolher o caminho da conciliação de classes, do reformismo, do populismo, do inchado e desideologizado partido de massas.

Então, reconhecer no Estado democrático de Direito uma miragem que serve para perpetuar a dominação capitalista equivaleria a reconhecer que o PT tem andado errado nas últimas três décadas, quando foi se distanciando cada vez mais dos ideais de transformação em profundidade da sociedade brasileira. 

O Lula desempenhou papel fundamental nesta transição negativa. Está colhendo os frutos agora, mas parece não ter compreendido nada de nada.
...que devemos seguir: este!

Sua tragédia pessoal não se deve a ter ou não se locupletado com o poder, mas sim a haver preferido ser pai dos pobres, ajudando-os a se conformarem com sua triste sina sob o capitalismo, do que irmão dos explorados, ajudando-os a darem um fim à exploração do homem pelo homem.

Então, é emblemático que recomende a leitura do direitista Reinaldo Azevedo, um Carlos Lacerda em miniatura, que ao desertar da esquerda na qual seu trabalho chinfrim não o projetava como gostaria, deixou para trás todo o idealismo que tinha e passou a correr atrás do sucesso num campo (o da direita) desprovido de concorrentes de peso.

Hoje não passa de um defensor um tantinho mais sofisticado do capitalismo e suas mazelas, fingindo não perceber que sob o Estado democrático de Direito, seu cavalo de batalha, estamos sendo tangidos a uma desigualdade gritante, à barbárie e à própria extinção da espécie humana em função dos desvarios ambientais.

No dia em que o Lula disser façam como o Marx, façam como o Proudhon, façam como o Lênin, façam como o Trotskyfaçam como o Che, façam como o Allende, eu saberei que a ficha finalmente terá começado a cair para ele. 

Por enquanto, nada tendo aprendido nem esquecido, continua sendo um personagem histórico ultrapassado, nem de longe aquele de que necessitamos no cenário radicalizado da atualidade, quando a crise do capitalismo se agrava a cada momento, fazendo-o reassumir suas feições mais selvagens.

Lula hoje não passa do homem errado na hora errada, enfim. Cada vez mais distante dos revolucionários e cada vez mais próximo dos direitistas civilizados como o Reinaldo Azevedo. 

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