sexta-feira, 24 de março de 2017

ENQUANTO AS FERAS DO TITE APLICAVAM UM CHOCOLATE NO URUGUAI, A MÁFIA DA CBF DAVA UM GOLPE NOS NOSSOS CLUBES!

A melhor campanha de uma seleção brasileira em eliminatórias de Copas do Mundo em todos os tempos foi a do Mundial de 1970, disputada um ano antes, quando as chamadas feras do Saldanha venceram a Colômbia por 6x2 (em casa) e 2x0 (fora); a Venezuela por 6x0 (c.) e 5x0 (f.); e o Paraguai por 1x0 (c.) e 3x0 (f.). 

Era seu recorde de vitórias consecutivas até ontem (23/03), quando atingiu a marca de sete triunfos nas sete partidas em que foi comandada pelo técnico Tite. Com uma vantagem: desta vez impôs sonoras goleadas a seus maiores rivais sul-americanos, os bicampeões mundiais Argentina (3x0) e Uruguai (4x1), enquanto o saudoso João sem medo (que capachos da ditadura deram um jeito de afastar por ser comunista) só enfrentou então a quarta força do nosso continente e dois sacos de pancadas.

E (lembrando a bela letra que Oswaldo Montenegro compôs para "Bandolins"), como se não fosse um tempo em que já fosse impróprio se dançar assim, o Brasil sapecou 3x0 no perigoso selecionado do Equador em plena Quito e triturou a Bolívia por 5x0 em Natal.
Então, além da satisfação por finalmente podermos olhar com justificadas esperanças para o próximo Mundial da Fifa, é importante lembrarmos que a Confederação Brasileira de Futebol, corrupta até a medula, jogou no lixo a Copa de 2010, ao transformar em técnico um ex-jogador (Dunga) que só se destacava pelo espírito de luta, mas não sabia nem sabe até hoje ler taticamente o futebol; e a de 2014, ao retirar da aposentadoria um treinador (Felipão) totalmente ultrapassado desde a revolução catalã da década passada.

E nunca deixarmos de cobrar da dupla Dilma Rousseff/Aldo Rebelo sua responsabilidade pela maior humilhação que um escrete brasileiro sofreu em mais de um século de História, os 7x1 que a Alemanha nos enfiou goela adentro em pleno Mineirão, pois os dois tinham nos bastidores força mais do que suficiente para imporem a moralização da CBF ou, pelo menos, evitarem que o velho cúmplice da ditadura José Maria Marin substituísse o encalacrado Ricardo Teixeira.

Se faltassem outros motivos, apenas o fato de que Marin tinha responsabilidade moral no assassinato de Vladimir Herzog tornava imperativo que a antiga militante da VAR-Palmares e o atual militante do PCdoB tudo fizessem para impedir a suprema humilhação: o planeta inteiro ver, no camarote das personalidades, um réprobo desses como dirigente máximo do futebol brasileiro durante a Copa do Mundo que sediamos!

Como a cartolagem vive mamando nas tetas da União, teria bastado um murro na mesa bem dado para que Marin fosse discretamente afastado da linha sucessória. Mas Dilma cuidava de outros assuntos e Rebelo nem sequer sabia o que estava fazendo como ministro do Esporte. 

Ambos se omitiram vergonhosamente, Juca Kfouri clamou em vão, Marin assumiu, chamou Felipão e colocou nossa seleção no rumo da catástrofe. Depois, ainda tivemos de aguentar o vexame de que fosse o FBI a fazer o que tínhamos a obrigação de ter feito, encarcerando Marin e tornando Marco Polo Del Nero um confinado no seu próprio país.

Ontem, enquanto o escrete de Tite conseguia sua mais bela e difícil vitória, a máfia da CBF dava um golpe sorrateiro para perpetuar o poder das federações sobre os clubes, num momento em que estes começam a contestar o jugo das entidades sanguessugas.

Obrigada a estender o direito de voto aos clubes da 2ª divisão, conferiu-lhe peso 1, deu peso 2 aos clubes da 1ª divisão e peso 3 aos dirigentes das federações.

Com isto, as decisões continuarão nas mãos dos parasitas, que terão 81 votos contra 60 dos clubes. E as iniciativas independentes esbarrarão em grandes dificuldades.

Até quando? 

P.S.: Dizem que técnico não ganha jogo. Mas, o que seria ontem do Brasil se Paulinho não tirasse coelho da cartola, empatando a partida com um portentoso chute de longe?! Foi quando a maré virou em nosso favor. E Paulinho só estava lá porque Tite acreditou nele, enquanto tantos e tantos ranzinzas da crônica esportiva cansavam de apontá-lo como protegido do treinador.

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