domingo, 16 de outubro de 2016

JACQUELINE MYRNA, QUE UM DIA FOI COMPARADA A BRIGITTE BARDOT, HOJE É UMA SIMPÁTICA VOVÓ DE 71 ANOS.

A Jacqueline Myrna de hoje...
Em junho de 2009, num post-devaneio sobre diversos assuntos, aludi  à recuperação e publicação, pela revista Life, dos negativos inéditos de uma sessão fotográfica de Marilyn Monroe aos 24 anos, antes da fama. E comentei: "Essa moça doce e simples me atrai bem mais do que a Marilyn me-leva-pra-cama que excitava até presidentes".

A semelhança com outro caso de sex symbol antes do estrelato me levou a falar, em seguida, de Jacqueline Myrna:
"Bem feita de corpo, passava-se por uma francesinha delicada, falando um português carregado de sotaque (Arrarraquarra...) e que a tornava muito provocante. 
Fez tanto sucesso como estrelinha sensual que acabou atuando em dois filmes do refinado Walter Hugo Khoury, além das previsíveis comédias. 
E, antecipando-se à Xuxa, ela também tentou obter a proibição judicial de um filme no qual havia aparecido despida antes de alcançar a fama: Superbeldades. Perdeu a parada, é claro. E a publicidade gratuita só fez crescer a bilheteria. 
Naquela época em que a restrição dos filmes era cumprida à risca, tive o maior trabalho e levei o maior tempo para conseguir assistir ao Superbeldades, proibido para menores de 18 anos. 
Depois de barrado em vários cinemas, encontrei um em que o porteiro acreditou (ou fingiu acreditar) na minha carteirinha escolar falsificada, atribuindo-me três anos mais do que a idade real. 
...e a certinha do Lalau de outrora.
E, como sempre, a expectativa não foi correspondida pela realidade. 
O filme não passava de uma interminável sucessão de strip-teases (mal)feitos por aspirantes a modelos e atrizes mal chegadas dos grotões para tentarem a sorte na cidade grande – sempre filmadas no mesmíssimo e paupérrimo cenário... 
Embora usasse apenas um pequeno tapa-sexo, aquela Jacqueline ainda por lapidar inspirava menos desejo do que totalmente vestida nos programas de TV. 
Ao sair daquele pulgueiro, não só uma ilusão minha se dissipara, como tinha aprendido que as imagens mostradas pelas câmeras são uma falsificação, no bom ou no mau sentido, da realidade ela mesma. 
E, em termos mais prosaicos, passei a considerar como uma verdade absoluta a afirmação de Stanislaw Ponte Preta, segundo quem a TV não passava de uma máquina de fazer doido..."
Desde então, houve novidades.

Uma é que o jornalista Marcelo Duarte revelou, em outubro de 2014, o que acontecera, afinal, com Jacqueline Myrna, depois que ela evaporou do noticiário e do nosso ambiente artístico bem no auge do terrorismo de Estado no Brasil (felizmente, uma coisa não teve nada a ver com a outra!):
Araraquara a homenageou
"No início dos anos 70, com a fama ainda em auge, Jacqueline Myrna foi aos Estados Unidos para a gravação de um seriado. Sobre o seu sumiço repentino, especulou-se sobre um possível desentendimento entre Jacqueline e o também romeno Jean Melle, fundador do jornal sensacionalista Notícias Populares
Mas, (...) quem segurou Jacqueline nos Estados Unidos foi o dr. Mitler, médico com quem ela acabou se casando. 'Ele não quis que eu continuasse minha carreira artística', lembra, justificando o sumiço da cena. 
Em 4 de julho de 1974, nasceu a filha do casal, Victoria, que já deu três netos a Jackie. O casamento durou cinco anos. A vovó hoje está solteira, depois de encarar um segundo casamento – dessa vez, por três anos, com um advogado. 
Junto com a filha e o genro, Ken Pond, abriu uma agência de seguros e uma rede de lavanderias, negócios que, junto ao dinheiro do aluguel de imóveis próprios, sustentam a família".
Já com 71 anos, dificilmente a vovó Jacqueline realizará o sonho que disse acalentar, de um dia voltar ao Brasil e retomar a carreira....

O post de Duarte esclareceu como Jacqueline participou do filme Superbeldades, cujo nome inicial era outro:
"Começou como bailarina, mas logo foi descoberta pelo fotógrafo Constantin Tkaczenko, com quem trabalharia mais tarde no cinema. 'Eu era jovem, bonitinha e diferente das moças que apareciam na televisão', lembra Jacqueline, justificando o interesse dos produtores... 
Em 1962, Jacqueline estreou no cinema, em Isto É Strip-Tease, dirigido pelo mesmo Constantin Tkaczenko que a descobriu – ela conta que tinha 13 anos quando fez o filme, mas 'já era bem desenvolvida'. A partir daí, a carreira nas telonas deslanchou"
Mestre Ignácio de Loyola Brandão também escreveu sobre Jacqueline, em março de 2015. Segundo ele, Jacqueline era estreitamente vigiada pela mãe, o que desmente aqueles boatos maliciosos de sempre (o amigo rico de um meu ex-cunhado, p. ex., jurava que lhe pagara alta soma por uma noite de sexo, mas ela, embriagada, não dera conta do recado...):
"Falava-se muito de Jacqueline, corriam atrás para saber de um romance, um caso, uma fofoca, escândalo e nada. Era vigiada a ferro e fogo por mamãe Margaret. Quando terminava um programa na TV Excelsior, Canal 9, em vez de ir para o Gigetto, point de todos, em frente à emissora, na rua Nestor Pestana, Jacqueline voltava para casa, a uma quadra, na esquina da rua Augusta com a praça Roosevelt".
Quanto ao Superbeldades, o downloader apelidado de Tatuador, fã saudoso de Jacqueline, conseguiu recuperar e disponibilizar alguns trechos do filme, apesar do seu péssimo estado de conservação. Inclusive aquele do qual ela participa, o último antes do encerramento abrupto. 

Infelizmente, serei obrigado a repetir o final dos contos da carochinha antigos, nos quais a narradora contava que comparecera ao casamento da heroína e até vinha trazendo um pratinho de doces para os leitores, mas ele caíra no chão...
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O tributo que lhe foi prestado por outro fã...
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É que, se postasse o link agora que estou ciente da idade que ela tinha na ocasião, eu me exporia a uma acusação de incitação à pedofilia. 

Mas, acreditem: ela se tornou muito mais atraente e deslumbrante na maioridade.

...e, na íntegra, um dos filmes do Khouri no qual ela atuou.

Um comentário:

Anônimo disse...

Arrrrraaarrraaaaqquuuaasrrrra!!!!
Linda.

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