quinta-feira, 13 de outubro de 2016

BOB DYLAN É PRÊMIO NOBEL DE LITERATURA. QUE TAL TAMBÉM O MESSI, PELA POESIA DOS SEUS GOLS?

Os velhinhos da Academia Sueca são marqueteiros. Cada vez que o Prêmio Nobel de Literatura está em maré baixa na mídia mundial, agraciam alguém que provocará muitas polêmicas. Desta vez acertaram na mosca: a escolha de Bob Dylan  escandalizará parte da intelligentsia e vai deixar a outra parte com as mãos vermelhas de tanto bater palmas.

A secretária do clube dos pavões engalanados... quer dizer, da Academia Sueca, Sara Danils, elogiou um dos mais esquecíveis álbuns da carreira de Dylan, Blonde on Blonde, como "um extraordinário exemplo da sua forma brilhante de usar as rimas e refrões, e seu jeito brilhante de pensar". Já que não entende do riscado, por que não se calou?

E, para tentar fazer o lance de esperteza comercial parecer algo além disto, comparou Dylan a uns caras um pouquinho mais velhos do que ele, os poetas da Grécia antiga:
"Eles escreveram textos poéticos para ser cantados, e com Dylan é a mesma coisa. Ainda lemos Homero e Safo; e gostamos".
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Que tal da próxima vez premiarem algum dos expoentes da nossa literatura de cordel? Deles também se pode dizer que "escrevem textos poéticos para ser cantados".  E A chegada de Lampião no inferno, do José Pacheco, dá de goleada na obra de muito autor premiado pela torre de marfim sueca.
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[Lembro-me de uma Coleção Nobel que havia na biblioteca circulante do meu bairro. Meio século atrás não se retiravam livros apenas para a feitura de trabalhos escolares, muita gente lia por prazer. Mas, a tal coleção (que tinha uma obra marcante de cada contemplado) estava sempre completinha na estante. Se a abnegada bibliotecária não espanasse, abundariam as teias de aranha. Arrisquei retirar O figurão, de Sinclair Lewis. Mesmo com 15 anos  já percebi quão convencional era. Coloquei aquele canto da prateleira no meu index pessoal...]
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E há ridicularias como Winston Churchill ter recebido um Nobel por suas memórias pessoais e históricas. Aliás, as escolhas mais estapafúrdias têm sido na categoria de não-ficção.
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Dylan é realmente talentoso, mas às vezes exagera no panfletarismo politicamente correto. Se eu tivesse de apontar o maior poeta do rock, cravaria Jim Morrison sem pestanejar, com menção honrosa para o Leonard Cohen.
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Ilustrei este post evocando algumas das melhores letras com que o rock já nos brindou.

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2 comentários:

Anônimo disse...

Dylan, na literatura, é um nobel do mesmo quilate que Obama, na paz... Esse prêmio apenas confirma que considerar letra de música como poesia não é uma jabuticaba brasileira.
Quem deve estar eufórico com a premiação é o provecto Suplicy, aquele contumaz violador de Blowin in the wind...

Anônimo disse...

Retornando... esqueci...

Se alguém merece que a sua letra seja considerada poesia, por uma única canção, é a banda Joy Division...

"All dressed in uniforms so fine,
They drank and killed to pass the time,
Wearing the shame of all their crimes,
With measured steps, they walked in line."

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