segunda-feira, 4 de abril de 2016

QUEM VIRÁ DEPOIS DE DILMA?

Nem de longe estou PROPONDO, DEFENDENDO ou APOIANDO o impeachment presidencial, apenas informo os meus leitores de que, face à deterioração da economia brasileira sob Dilma Rousseff e como ela não tem qualquer possibilidade de reverter o quadro de paralisia do seu governo que já dura 15 meses, inevitavelmente será afastada. Para mim isto não passa de uma obviedade.

A partir do isolamento cada vez maior da Dilma e das perspectivas cada vez mais catastróficas da economia, e levando em conta um sem-número de afastamento de presidentes em circunstâncias semelhantes, não tenho nenhuma dúvida de que os dias dela estão contados. 

Se fosse comandante hábil, Dilma perceberia que seu Titanic já passou do ponto em que poderia ser salvo e só lhe resta organizar da melhor forma possível a evacuação. Mas, todos sabemos, ela não o é. Continua acreditando que a vontade do governante prevalece sobre as circunstâncias históricas, exatamente como em 2010, quando se propôs a exumar o nacional-desenvolvimentismo da década de 1950, falecido meio século antes. Quebrou a cara, evidentemente. E milhões de desempregados hoje sofrem as consequências do seu voluntarismo arrogante.

Quanto a base legal, isso é discussão para juristas. A História (que é a minha praia) tem mostrado que, quando um governo está destruindo o país, sempre se desencava ou inventa um motivo qualquer para afastar o governante. O próprio Collor foi absolvido pelo STF, anos depois, dos delitos que justificaram seu impeachment.
PMDB de novo?! Dá para tomar uma Kaiser antes? 

Na verdade, o que primeiramente eu e depois o editoral da Folha de S. Paulo colocamos em discussão é o que sobrevirá à queda de Dilma: a posse de Temer ou uma nova eleição. Trata-se daquilo que realmente resta para decidirmos. A queda é favas contadas.

O que eu PROPONHODEFENDO e APOIO são as fórmulas que permitirão, uma vez afastada Dilma, a realização de uma nova eleição presidencial. Torço para que: 
  • ela renuncie exortando o Temer a renunciar também, em nome da necessidade de união nacional para superarmos a gravíssima crise atual; 
  • para que a chapa presidencial seja cassada pela Justiça Eleitoral; ou 
  • para que o Temer também sofra impeachment. 
Isso porque a desmoralização dos políticos hoje é tamanha que só mesmo uma nova eleição poderá dar alguma legitimidade e credibilidade ao sucessor de Dilma. 

Mas, o desfecho desejável não é o provável, pelo menos por enquanto:
  • sendo Dilma tão teimosa quanto incompetente, prefere ignorar que seu defenestramento é irreversível e que ao espernear para manter-se no cargo só alonga o sofrimento e a penúria dos brasileiros, submetidos a uma recessão terrível; 
  • o impedimento também de Temer não passa, neste momento, de uma hipótese remota; e 
  • tudo leva a crer que a decisão sobre o impeachment saia antes do veredicto do TSE.
Então, parecemos marchar mesmo para a posse de Temer, que é uma má opção. A cegueira e falta de grandeza dos atores políticos, começando por Dilma, acabará impedindo novamente o povo de decidir os rumos deste país num momento crítico. 

Ou seja, tende a repetir-se o que aconteceu em 1984, quando a rejeição da emenda das diretas-já nos condenou a dois pesadelos, os governos de Sarney e Collor, fazendo o Brasil marcar passo durante muitos anos mais.

É desalentador.

(este texto deveria ser apenas resposta a comentário de leitor, 
mas, finalizado, percebi que valia a pena dar-lhe maior exposição)

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