terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A ÚNICA PROPOSTA CAPAZ DE UNIR O POVO BRASILEIRO: UMA NOVA ELEIÇÃO!!!

Cálculos mesquinhos e falta de grandeza de parte a parte deverão causar sofrimentos terríveis ao povo brasileiro em 2016 e sabe-se lá até mais quando.

De um lado temos um governo totalmente sem propostas, semeando ilusões como a de que ainda se possa fazer ajuste fiscal sem grandes sacrifícios, quando até as pedras da rua sabem que eles serão imensos e resta decidirmos quem pagará a parte maior da conta, se os explorados e excluídos ou os exploradores e parasitas. Joaquim Levy ia na primeira direção e nada do que foi dito nos últimos dias indica intenção de adotar-se  postura oposta, qual fosse a de ir atrás dos favorecidos de sempre.

A presidente está exaurida e desmoralizada, praticamente já não governa mas obstina-se em não ser derrubada, mesmo que para tanto recorra às práticas mais constrangedoras da politicalha fisiológica e arraste para a avacalhação total os outros poderes da República.

Do outro lado encontramos uma oposição que, discurseira à parte, está mais para outra face da mesma moeda (os antigos rivais hoje são ingredientes da mesmíssima geleia geral ou partes do mesmo saco de farinha, descaracterizados e cínicos). E só não dá o xeque-mate no governo agonizante porque está preocupada demais com os ganhos que obterá no day after.

Se esquecesse o impeachment e centrasse fogo na cassação da chapa presidencial pela Justiça Eleitoral, uniria o Brasil, criando uma onda irresistível em favor da alternância no poder. 

Boa parte dos que votaram em Dilma está ciente de haver sido lograda. Também, pudera! Foi o pior estelionato eleitoral da democracia brasileira em todos os tempos...

Detesta Dilma, adoraria vê-la pelas costas, mas desconfia muito de Temer; com inteira razão, nos dois casos. Daí a disparidade chocante entre o percentual de brasileiros que a rejeitam e o número dos que vão à rua protestar contra ela.

Isto e a tradicional passividade do nosso povo. Já propus certa vez que, na bandeira, o lema Ordem e progresso fosse substituído por Manda quem pode e obedece quem tem juízo...

Noves fora, a melhor solução para virarmos esta página deplorável da nossa História e termos uma chance de começar a sair da recessão em 2017 (o ano que vem está além de qualquer possibilidade de salvação, lamento!) seria uma nova eleição, caso Dilma e Temer perdessem o mandato.

Na qual o PT, tendo Lula como provável candidato, ficaria sabendo se ainda está na vanguarda do processo de transformação da sociedade brasileira ou dissociou-se do Brasil pujante. A última eleição fez suspeitar que esteja em franca decadência, encabrestando os grotões do atraso como fazia a ditadura militar em seus estertores.

Na qual o PSDB teria a sonhada chance de voltar ao poder e herdar... a inglória tarefa de ajustar as contas públicas, conforme exige o poder econômico. Tudo leva a crer que, assim procedendo, chegaria tão desgastado a 2018 como Dilma está agora. Com tendência a não voltar a ganhar eleições presidenciais por um bom tempo, como deverá acontecer doravante com o PT.

Na qual a Marina poderia fazer campanha sem ser falsamente acusada de cúmplice dos banqueiros, pois a promiscuidade de Dilma com Luís Carlos Trabuco, o presidente do Bradesco, foi simplesmente pornográfica para qualquer esquerdista. Se tiverem o mínimo de simancol, os propagandistas do PT doravante não voltarão a bater nessa tecla, nem com Marina, nem com ninguém...

Na qual, e isto é o mais importante, as políticas de direita tenderiam a ser defendidas pela direita, enquanto a esquerda teria de reassumir-se como esquerda, até por uma questão de sobrevivência.

Nós, os revolucionários, temos de reaprender a dar o justo peso à política oficial: a Presidência da República, sob a democracia burguesa, para nós tem eventualmente serventia tática, mas não é, nem de longe, nosso objetivo estratégico.

Se ajudar a alavancar a revolução, vale, sim, a pena obtê-la e tentar conservá-la... enquanto nos estiver sendo útil.

Se, pelo contrário, nos atrapalha em nossos objetivos maiores e coloca o povo contra nós, como está acontecendo neste instante, devemos abrir mão dela sem nenhum remorso, recuando para nos reagrupar. O velho um passo atrás para poder dar dois adiante do Lênin. 

Precisamos, isto sim, ter sempre povo ao nosso lado, pois nada seremos se estivermos representando apenas interesses mesquinhos, como fazem os políticos profissionais. Quanto aos palácios do governo, podemos sobreviver tranquilamente fora deles!

Isto, claro, no caso dos que ainda colocamos a revolução acima de tudo. Dos que estão aburguesados e hoje se agarram com furor desmedido aos privilégios e boquinhas, nada mais podemos esperar. Passaram para o outro lado, tenham ou não autocrítica suficiente para admitirem isto.

4 comentários:

Jorge Rebolla disse...

Fez-me rir.

O quê poderíamos esperar de uma eleição presidencial em 2016? Mas, e o congresso nacional continuaria com as atuais excrescências?

Fico imaginando uma campanha política no atual panorama brasileiro. Não sei se você ainda está no PSOL, digamos que sim. Num belo dia, que tal um domingo, na paulista fechada ao tráfego. Celso sai de casa levando panfletos do candidato do socialismo e liberdade, Luciana Genro? Quem sabe... Para em algum lugar e estende a mão para entregar o santinho. De repente, como se saísse do nada, materializa-se a SA coxinha... agora mais fortalecida por ter escorraçado a inquilina do Planalto. Um bando de deficientes cognitivos da classe mérdia, e alguns berrando "Olavo tem razão"... Lógico que teríamos conflitos constantes coxinhas x militontos, qual seria o teor de liberdade do pleito?

Anônimo disse...

Não existe, ao meu ver, revolução e estado. Ou uma coisa, ou outro. O resto, é conversa de partido político, seja ele de esquerda ou de direita. Drones neles. Otávio Martins Amaral.

celsolungaretti disse...

Jorge, a coisa tende a piorar cada vez mais enquanto tivermos um governo que, apesar das muitas forçações de barra, ainda pode ser considerado LEGAL, mas já perdeu totalmente a LEGITIMIDADE. O acirramento dos ânimos decorre disto.

E, para sua informação, hoje sou apenas um eleitor inscrito no PSOL, mas não participo de atividade nenhuma do partido, nem pretendo fazer campanha por ele. Se ajudar algum candidato, será em função de vínculo que tenha com o candidato em si, não por ele pertencer ao PSOL.

Abs.

celsolungaretti disse...

Ah, ia esquecendo: eu não sou o Suplicy nem o Chico Buarque. Se alguém me hostilizar, receberá o troco na mesmíssima moeda, seja ela qual for.

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