domingo, 23 de novembro de 2014

A BANDA DE PÍFIOS DE CARUARU E A LENDA VIVA OSCAR SCHMIDT

Oscar Schmidt é, simplesmente, o melhor jogador do basquete mundial em todos os tempos, o recordista absoluto de pontuação (49.703 pontos), o jogador de bola-ao-cesto que mais participou de Olimpíadas (5) e o que nelas mais pontos marcou (1.093). 

E mais: o atleta que lavou a alma de todos nós, brasileiros, nos Jogos Panamericanos de Indianápolis, EUA, em 1987. 

Os estadunidenses se julgavam senhores absolutos do basquete e não levavam a sério o adversário da finalíssima: nós. Tanto que uma jogadora da equipe feminina, depois de sagrar-se campeã no jogo inicial, pendurou sua medalha no pescoço do namorado, integrante da seleção masculina. Sem maldade; é que a vitória era dada como favas contadas, a ponto de ela nem sequer perceber quão arrogante e anti-esportivo havia sido seu gesto.

No primeiro tempo, eles chegaram a colocar 20 pontos na nossa frente, mas foram para o intervalo com uma vantagem um pouco menor: 14.

Oscar voltou do vestiário com incrível disposição, empolgando os companheiros. E passou a ter um aproveitamento fantástico nos arremessos de fora do garrafão. Fez jus ao apelido de mão santa.

Os estadunidenses, até então, não davam muita importância à novidade de os arremates de longe terem passado a valer três pontos, ao invés de dois. Estavam acostumados a articular tão bem suas jogadas que acabavam quase sempre finalizando de perto -e convertendo. Para que arriscar de longe, com risco bem maior de errar?

A incrível derrota diante do Brasil, por 120 x 115, os fez reconsiderar este conceito. Por obra e graça do Oscar, o brasileiro que deu uma aula de basquete na terra dos Harlem Globetrotters.

Como extraordinário esportista e como homem exemplar, ele fez por merecer nosso irrestrito respeito e a nossa mais humilde gratidão. 

Assim não pensaram, no entanto, alguns alunos de uma faculdade particular do Agreste de Pernambuco, que abriram o maior berreiro virtual por causa dos maus modos do jogador ao ministrar uma palestra. Como se seus egos chamuscados fossem tudo que importasse e uma trajetória grandiosa tivesse passado a significar nada.

Sentirão vergonha de sua pequenez, ao saberem agora o verdadeiro motivo do comportamento de Oscar? Duvido. A única imagem que importa para os mimadinhos da vida é aquela que eles veem no espelho.

Eis o outro lado da história, apresentado pelo jornalista esportivo Milton Neves:

"Sim, ele foi mal em Caruaru, decepcionando os pernambucanos.

Mas não foi de caso pensado.

Quem não sabe, graças a Deus, o que é ter um tumor maligno no cérebro, que atire tantas pedras neste bom homem, hoje atormentado e talvez condenado.

Meu saudoso avô materno, Luis Carlos Fernandes, ferroviário da Mogiana em Muzambinho-MG, morreu no Rio não resistindo a uma operação para retirada de tumor no cérebro.

Era um homem doce, mas se transformava com terríveis dores de cabeça.

Tanto que atirou um paralelepípedo em um galo do Sítio Invernada só porque o dono do terreiro cantou bem alto perto dele, um homem doente, com o fatal tumor na cabeça.

Calma com o Oscar, gente, o gigante nasceu no Rio Grande do Norte para ajudar o Brasil inteiro.

E como nos deu alegrias, hein?

Mas, hoje, ele não é mais dono de si ou de seus desatinos.

E nem de seu destino".

Obs.: o nome do ótimo conjunto de música instrumental da cidade é, claro, Banda de Pífanos de Caruaru. Mas, foram mesmo pífios os que se mostraram tão alheios e indiferentes à via crucis do Oscar.

9 comentários:

Anônimo disse...

possivelmente o malufismo dele tb possa ser atribuído ao tumor no cérebro..coisa que tb aflige uma legião de paulistas e paulistanos, o que talvez explique tb o fato de SP ser a cidade do mundo com mais doentes mentais, proporcionalmente, segunda pesquisas nessa área...

celsolungaretti disse...

Cobrar coerência política de celebridades, artistas e esportistas é não entender nada de nada na vida. Cobre-lhes o que eles são capazes de dar.

Anônimo disse...

Acho que o acima dito, vale também para Chico, Caetano, Gil, e é claro Lobão também...
O tempo mostrou que Regina, a Duarte acabou tendo razão... Quem sabe venhamos a ter a mesma opinião em mais vinte anos a respeito de Lobão?942

Anônimo disse...

que coerência??????????
coerência é virtude dos tolos...já dizia... Quem mesmo???

CARLO PONTI disse...

"Acho que o acima dito, vale também para Chico, Caetano, Gil, e é claro Lobão também...
O tempo mostrou que Regina, a Duarte acabou tendo razão... Quem sabe venhamos a ter a mesma opinião em mais vinte anos a respeito de Lobão?"
Anônimo, você está usando algo assim o que o Aécio usa nas plagas do Leblon quando todas as paróquias estão fechadas?

Anônimo disse...

Carlo Ponti.
O tempo dirá... Aécio não é nenhum "cavaleiro montado em um cavalo branco". O cidadão Oscar Schmidt, é um péssimo profissional "palestrante motivacional". Pior que ele, só o cidadão Edson Arantes do Nascimento que renegou a filha dizendo que se tratava de filha de uma prostituta (sic).
Quanto a ser "pífio", a banda de Caruaru não precisa que o dono do blog "poste comentários" para parecer que tem leitores...

Rafael Faro disse...

Amigo Celso,

A - provável - agressividade que ele demonstrou na palestra pode ter sido motivada pela doença. Mas o seu egocentrismo e a sua arrogância nada têm a ver com a maldita doença. Ele é arrogante, sempre foi. E sua palestra, que por obrigação profissional eu vi duas vezes, é recheada de obviedades e de demonstrações explícitas de arrogância.

Quanto às questões técnicas, acho que ele foi um bom jogador , extremamente comprometido, nada além disso. Ganhou esse título histórico, é fato. Mas era um jogador individualista, até certo ponto limitado, com um aproveitamento, diante de tantas bolas tentadas, razoável.

Se é para falar de ídolos incontestáveis, melhor buscar a história do Guga, esse sim um exemplo de cidadão e que foi melhor do mundo no seu esporte sem qualquer contestação.

Abraço

Anônimo disse...

Vou parar de postar opiniões nestes blog´s que aparentemente não tem muitos leitores, e ZERO comentários, e em que o dono responde, tentando dar a impressão de que tem leitores interessados no que o dono do blog tem a dizer.
Aparentemente, temos gostos em filmes semelhantes, mas discordo de muitas das suas opiniões políticas, que assim como seu direito de expressá-los, eu tenho de discordar, SEM PARTIR PARA OFENSAS...
A arte popular pernambucana merece respeito pela tradição (mais longa que ao "motivador", e é autenticamente popular.
Fui ver os blog´s de um outro cidadão. NINGUÉM comentando as opiniões dele. Direito de quem escreve e de quem NEGA-SE a mandar comentários...

celsolungaretti disse...

Há quanto tempo, Rafael! Que bom te receber aqui...

Quanto ao anônimo que vai parar de postar opiniões em blogues como o meu, ele se fez exemplo do que critica no Oscar. Em vez de apenas argumentar, foi mal humorado e agressivo em relação a quem nem sequer conhece.

Parece não saber quem sou nem se deu ao trabalho de fazer uma pesquisa de dois minutos. Se soubesse quão pouco eu ligo para a QUANTIDADE de internautas que me leem!

Se quisesse apenas volume, faria o pacto com o capeta que o Reinaldo Azevedo fez para obter sucesso num nicho de mercado pouco sofisticado intelectualmente...

Como jornalista, escrevi textos que atingiram milhões de leitores, mas nada mais eram do que aquilo que convinha aos patrões e ao "mercado". Valiam-me um salário no fim do mês e mais nada.

Hoje, tenho a liberdade de expressar o que realmente penso e o que realmente sinto. São sementes que espalho, na esperança que inspirem as novas gerações na busca de caminhos bem diferentes do que os atuais.

Não espero retorno nenhum. Se nem um Oscar é respeitado, seria ingenuidade esperar o reconhecimento de mais do que algumas dezenas de boas pessoas. Estou velho demais para ter ilusões.

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