quinta-feira, 18 de julho de 2013

...FAÇA-SE DELE -- UMA CRUZ!

Como expressão do meu repúdio à visita do velho senhor indigno 
que colaborou com a ditadura argentina, republico o post 
O novo papa e as culpas da igreja argentina 
sob a ditadura, de 18/03/2013

Tenha ele se acumpliciado...
Não tenho como chegar a uma conclusão definitiva sobre o papel desempenhado por Jorge Mario Bergoglio durante a ditadura argentina, mas só sinto firmeza em duas hipóteses:
  • a de que tenha realmente dedurado seus desafetos da ordem dos jesuítas, como sustenta Graciela Yorio, referindo-se a seu irmão Orlando;
  • ou a de que haja sido apenas pusilânime e omisso, avaliação do Premio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel (“A Bergoglio se lo cuestiona porque se dice que no hizo lo necesario para sacar de la prisión a dos sacerdotes, siendo él el superior de la congregación de los Jesuitas”).
Enfim, tirando a óbvia desconversa de quem quer preservar a imagem de um sumo-pontífice pessimamente escolhido, o que resta estabelecer é se Bergoglio foi cúmplice ou covarde. Permito-me desconsiderar o papo furado do Vaticano, CNBB, etc., pois é o que qualquer RP minimamente competente lança quando seu cliente está na berlinda.

Já o Roberto Romano eu respeito. Não por ser professor de ética e filosofia na Unicamp e doutor em filosofia pela Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, pois, nas pegadas de Marx, sempre considerei mais importante transformar o mundo do que interpretá-lo de tal ou qual maneira. Mas por ter ele sido resistente, um dos dominicanos presos e torturados por ajudarem o comandante Marighella.

Então, para dar espaço ao  outro lado, reproduzo a interessante digressão do Romano, parte de uma entrevista publicada na Folha de S. Paulo desta 2ª feira, na qual ele apresenta outro ângulo da questão e aconselha que se investigue melhor o assunto:
...ou apenas se acovardado...
"Se existe um problema gravíssimo é o fato de a igreja argentina ter colaborado ativamente com a repressão. Foi muito mais do que uma simples omissão.

A Argentina presenciou uma unidade da igreja com o regime ditatorial que é espelho do que já havia acontecido na Europa -na Espanha franquista, na Itália fascista, na Alemanha nazista.

Não é por acaso que, depois da ditadura, a igreja perdeu um número imenso de fiéis na Argentina.

Aliás, quem mais colaborou com a repressão ditatorial na Argentina não foram os jesuítas. Foram os dominicanos, a mesma ordem que, no Brasil, abrigou Carlos Marighella, o inimigo número um do regime militar.

Como é possível?

Essas ordens têm várias tendências internas. No caso dos jesuítas, essas tendências são mais disciplinadas.
...não serve para papa.
No caso dos dominicanos, as tendências transbordam em público porque a ordem tem origens históricas e ideológicas muito diferentes. 
Quando os dominicanos quiseram trazer a ordem para o Brasil, dom Pedro 2º disse que jamais deixaria que inquisidores entrassem.
Mas aí contaram-lhe que eram os dominicanos franceses, de tendência socialista, e ele permitiu. Eram dominicanos diferentes dos que foram para a Argentina, herdeiros do ramo espanhol, ligados à tradição inquisitorial e, mais tarde, ao franquismo.
Para mim, o papa Francisco pode estar pagando pelos pecados da igreja argentina como um todo.

Até porque acho muito esquisito que um superior jesuíta colaborasse ou mesmo abandonasse à morte ou para a tortura dois 'soldados' da sua própria ordem. Não se esqueça de que a Companhia tem a organização de um Exército.

É preciso investigar melhor. É contra o espírito de disciplina da ordem".

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