domingo, 4 de março de 2012

DOI-CODI E TERNUMA MARCAM PRESENÇA NO "MANIFESTO BRILHANTE USTRA"

Matando as saudades do
DOI-Codi: o chefão de SP...
O site do único torturador declarado como tal pela Justiça brasileira acaba de colocar no ar uma relação atualizada de signatários do papelucho pomposamente intitulado de Alerta à Nação, mas que eu preferi batizar com o nome do seu grande inspirador, divulgador e provável autor:  Manifesto Brilhante Ustra.

Agora, o recenseamento de remanescentes e de  viúvas  da ditadura, mais os cuervos  por ela criados, abarca 61 generais, 1 desembargador, 258  coronéis, 55 tenentes-coronéis, 11  majores, 17 capitães, 20 tenentes, 15 subtenentes, 15 sargentos, 2 cabos, 1 soldado e 191 civis (provavelmente com expressiva participação do Opus Dei e da TFP, embora não constem os nomes do Geraldo Alckmin, do Ives Gandra Martins e do João Grandino Rodas).

Duas inclusões significativas na lista: o general Valmir Fonseca Azevedo Pereira, presidente do Ternuma, entidade que dispensa apresentações; e o general Maynard Marques de Santa Rosa, outro veterano do DOI-Codi, merecidamente afastado do serviço ativo em 2010.

O último personagem aparece nas relações de antigos torturadores como integrante da 2ª Seção (Inteligência) do Regimento de Obuses, requisitado para a equipe de buscas do DOI-Codi-RJ em 1971/72. E andou frequentando o noticiário como um encrenqueiro  de caderneta:
se reencontrou com um  bom
companheiro 
do RJ.
  • em 2007 criticou a conduta do Governo Lula na demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima;
  • em 2009, juntamente com dois outros generais linha-dura, combateu o novo organograma das Forças Armadas, alegando que afastava os militares do poder; e
  • em fevereiro/2010, qualificou a Comissão Nacional da Verdade de "Comissão da Calúnia" num e-mail que vazou para a imprensa ou foi nela  plantado.
As duas primeiras indisciplinas saíram relativamente baratas, mas a terceira lhe acarretou a humilhante exoneração do Departamento-Geral de Pessoal do Exército, para encerrar a carreira "indo fazer nada no gabinete do comandante até 31 de março, quando cai na reserva", conforme escreveu na época a colunista Eliane Cantanhêde.

Para quem quiser refrescar a memória sobre ele, eis um interessante artigo: General Maynard diz que Dilma assaltou, torturou e matou (clique para abrir)

Dize-me com quem andas...

Um comentário:

Anônimo disse...

Celso, o juiz Lalau assinou esse manifesto? Pois, segundo Percival de Souza no livro Autópsia do Medo, ele era frequentador assíduo do DOI-CODI nos anos de chumbo.

chinchonero

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