sábado, 11 de junho de 2011

LEMBREI-ME DO SAUDOSO PT DE 1979 ...

...ao ler o surpreendente artigo O PT e a crise do ministro Palocci, do secretário-geral do partido, Elói Pietá, cujos principais trechos reproduzo:
"Para os petistas, não sair em defesa de Palocci foi uma reação contra o risco de distanciamento do PT em relação à sua base social. Por isso estamos com a presidenta Dilma... ela preferiu não perder o sentido social de seu governo.

Os petistas não contestam o direito que Palocci tinha de exercer uma atividade privada quando saiu do governo em 2006 e de ter sucesso nela. O que causou espanto e levou os petistas a não apoiarem sua permanência no governo, foi a origem de seus ganhos privados (orientar os negócios de grandes empresas), a magnitude dos resultados (dezenas de milhões de reais), e o alto padrão de vida que ele se concedeu (representado pelo investimento em moradia fora de sua própria origem de classe média).

Nós, petistas, éramos ‘de fora’ e nos tornamos ‘de dentro’ do Estado brasileiro.
...Quando estávamos perto do poder ou nele, as empresas privadas ajudaram nossas campanhas e procuraram nos aproximar delas. Queremos o financiamento público dos partidos para não depender delas. Respeitamos os empresários, mas com a devida distância.
 Não queremos sair do que fomos. Sabemos que as relações econômicas e as condições materiais de vida terminam moldando ideias e ações. São milenares as reflexões que alertam para isso...
...o PT mostrou que prefere o político de vida simples que conhecemos, ao empresário muito bem sucedido sobre o qual agora se fala.
...lembrando o imperativo categórico de Kant: aja de tal modo que a máxima de sua ação possa ser universalizada, isto é, para que todos sejam iguais a você. Por isso que, para continuarmos a ser um partido dos trabalhadores, não é bom que cultivemos o ideal de empresários".

Um comentário:

José Antero Silvério disse...

Sinto muito Celso, mas você está sendo apenas saudosista. Sabe-se que nos dias de hoje não existe espaço para aquele trabalhismo.
Aquele PT não entendia de política. Ele sabia muito bem - como até hoje sabe - como defender posições trabalhista através do movimento maciço de pessoas. Antes foi preciso aparar as arestas diante de uma oposição perniciosa e oportunista. Virou um partido de centro quando todos esperávamos que fosse essencialmente de esquerda.
Quanto aos empresários, é claro que não se pode cultivar as suas ideias, mas algo precisa ser feito para se conviver com eles; queiramos ou não, fazem parte ativa do processo político e econômico do país.

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