O número de pedestres atropelados e mortos por motocicletas na capital paulista aumentou 9,8% em 2010, de 123 para 135 vítimas.
Os óbitos de motoqueiros saltaram de 428 para 478 (mais 11,7%).
Ou seja, de 1.357 falecidos no trânsito, nada menos que 613 levaram a breca em ocorrências envolvendo motos.
Trata-se de um percentual elevadíssimo: 45,2%! Ainda mais levando-se em conta que a quantidade de vítimas fatais vem diminuindo -- a participação de automóveis, ônibus e caminhões em acidentes letais decresce e a das motos aumenta.
O total de motos na capital paulista se aproxima de 890 mil, representando apenas 12,6% dos 7 milhões de veículos que trafegam pelas vias paulistanas.
Vale repetir: as motos são 12,6% e estão presentes em 45,2% dos óbitos.
Para piorar, a frota de motos é a que mais se expande: 6,6% no último ano, enquanto a de carros, p. ex., só cresceu 2,3%.
Os dados foram divulgados pela Companhia de Engenharia de Tráfego e pelo Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo.
Providências deveriam ser tomadas para desestimular essa expansão desenfreada das máquinas mortíferas, perigosas por suas próprias características e mais ainda no trânsito violento das grandes cidades -- até porque aqueles que geralmente as pilotam estão mais para kamikazes do que para condutores conscientes dos riscos que correm e causam.
Mas, sob o capitalismo, só podemos esperar paliativos, não soluções. O lucro é sagrado; a vida humana, não.
7 comentários:
caraca! Fiquei absurdada com esses números!
Celso, sou leitor assíduo de seu blog justamente por que gosto de suas idéias.Porém, neste assunto não posso concordar e me senti até ofendido.Vc está tratando esta matéria de maneira muito infantil e desrespeitosa para com os motociclistas, dos quais me incluo.
Há várias maneiras de ser kamikase, pegar em armas por exemplo é uma delas, lutar contra um exército é outra.
Se há alguma coisa errada no trânsito temos que buscar uma solução e nesse caso, devido ao grau de complexidade do assunto o final feliz deveria passar por várias esferas.Começa pela auto escola que não forma motociclistas, apenas prepara para um exame ridículo e banal que autoriza um inexperiente a pilotar o veículo de maneira precária.Da mesma maneira acontece com os carros.Agora, eu posso te falar uma coisa:eu sou pedreste, ciclista, motorista e motociclista e digo com propriedade que dé todo mundo folgado no trânsito.Meu pai por exemplo morreu atropelado por uma moto porém ele estava errado e eu nunca pensei em abolir esse meio de transporte.Vc generalizou o assunto e tratou à nós, motociclistas, como se fossemos todos assassinos.É justamente isso que a direita pensava na época, que os comunistas eram todos assassinos.
Maumau
Eu ia elaborar meu comentário e dar uma resposta baseada em números e lógica para esse post absurdo e desrespeitoso, mas uma frase me fez desistir: "Os condutores estão mais para kamikases..."
Alguém com essa tendência para generalização não merece uma resposta elaborada pois é, claramente, alguém sem capacidade de conversa e argumentação.
Quase tudo que afirmei é apenas ilação tirada de dados oficiais.
Resistir a uma tirania é necessário e heróico.
Comportar-se como kamikaze por mero exibicionismo ou para cumprir exigências de trabalho absurdas e massacrantes, não.
Se tivesse anotado, certamente chegaria a dezenas o número de motoqueiros que, como motorista consciente, salvei de graves acidentes, administrando as situações absurdas em que se colocam.
Desculpem-me os ofendidos, mas as motos estão sempre surgindo do nada para enfiarem-se nos buracos mais incorretos e inesperados, deixando-nos só duas opções: seguirmos e mandá-los para o inferno; ou brecarmos em situações perigosas, arriscando-nos a sermos abalroados por trás para evitarmos que paguem por sua irresponsabilidade.
Eu breco. Há motoristas que, de tanto enfrentarem sempre essa situação, já não o fazem mais.
É triste. Dou valor à vida e detesto vê-la desperdiçada. Mas, nosso trânsito está se tornando bestial. Algo precisa ser feito.
Meu caro, infelizmente muitos (não todos) motociclistas realmente não tem a consciência e responsabilidade necessária na condução destes veículos e os números mostram isto claramente.
A culpa não é deles, a culpa é do processo de formação de tais condutores e de uma coisa básica que é muito deficiente em nosso país, que é a tal da EDUCAÇÃO.
Só acho que você foi infeliz no seu post quando falou em "máquinas mortíferas". Não são as motos que causam o problema. O problema reside na forma como estes veículos são conduzidos. Pega alguém despreparado e coloca para pilotar um avião (que é estatisticamente o veículo mais seguro que existe) e olha lá no que vai dar, vide o que aconteceu com aquele jato Legacy em Manaus, que derrubou o avião da Gol.
Ora, Helano, elas são mesmo instáveis e perigosas -- principalmente porque nada protege os motoristas.
No carro, às vezes, todo prejuízo se resume a lataria amassada e o motorista e passageiros saem sem um arranhão.
No caso da moto, quase todo acidente é grave.
E a instabilidade é enorme. Já vi moto virar em pista seca e livre. Não tinha ninguém à frente nem ao lado. Nenhum motivo para desgovernar.
Eu vinha atrás e tive tempo para brecar violentamente, fritando os pneus. Parei a uns 30 centímetros do acidentado e os outros veículos passaram a desviar, então nenhum o atropelou.
Até hoje não entendi o que houve com aquela moto.
com todas as palavras ditas, nenhuma, comentou o fato de que as autoridades e motoristas de carros, não se conscientizaram ainda que as motocicletas tem uma forma de condução diferente, não temos uma cultura de respeito a outro tipo de veículo que não seja o automóvel, sendo assim o único meio de sobreviver nessa maluquice chamada transito, é sendo kamike, quando você surge do nada, é o único meio de não ser atingido pela folga mental que sofre a maioria dos motoristas!
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