sábado, 6 de novembro de 2010

PROTESTOS E BEIJAÇO GAY MARCARÃO A VISITA DO PAPA REAÇA À ESPANHA

Maré baixa para os dois maiores derrotados da eleição presidencial brasileira.

José Serra, que deveria estar hibernando para esfriar a cabeça depois da derrota, preferiu deitar falação de mau perdedor e se tornou a vidraça da vez nos grupos de discussão virtuais: os internautas, em peso, reprovam sua atitude de ter ido lavar roupa suja na França, abordando com furor incontido nossos assuntos domésticos, num sóbrio encontro sobre as relações entre a América Latina e a União Européia,

Como no caso da bolinha de papel que, mal orientado por sua campanha, tentou canhestramente fazer passar por brutal agressão, o tiro saiu pela culatra e o mergulhou em ridículo: mais do que sua catilinária contra Lula, o que marcou mesmo nesse  dia de fúria  de Serra foi o "por que não te calas?!" que um mexicano da platéia lhe endereçou.

Já o papa Bento XVI, que na véspera do 2º turno tentou mudar o resultado do pleito com uma intervenção desastrada (cujo único efeito concreto foi mostrar que o rebanho brasileiro não segue os maus pastores com a mesma passividade de 1964), insiste em levar sua cruzada conservadora e reacionária a países tradicionalmente católicos.

E recebe a mesmíssima rejeição, conforme se constata no despacho da BBC Brasil Visita do papa gera protestos e polêmicas na Espanha, cujos principais trechos reproduzo:
"O papa Bento 16 chega neste sábado à Espanha para uma visita de 32 horas que já vem sendo marcada por protestos e polêmicas.

"...pelo menos 147 instituições católicas condenam a visita e desde quinta-feira, mais de 70 organizações civis já vem realizando protestos.

"A posição da igreja em relação a assuntos como o aborto, os gastos com a viagem do papa (que custará ao governo espanhol R$ 7 milhões) e a forma como vêm sendo apuradas as suspeitas de abusos sexuais atribuídos a sacerdotes católicos são alguns dos motivos que mobilizam os manifestantes.

"O teólogo e presidente da organização Redes Cristãs, Evaristo Villar, representante de 147 instituições católicas contrárias à visita, considera a viagem 'uma tentativa do Vaticano de mostrar poder e desafiar o Estado perante leis como a do aborto, casamento gay e a futura lei de liberdade religiosa'.

"Pelo menos cem das pessoas que se opõem à vinda do papa se declaram vítimas de pedofilia dentro da Igreja e pedem o afastamento de Bento 16, considerando-o último responsável pelos crimes.

"O país tem menos casos divulgados de pedofilia do que outros países, como os Estados Unidos, onde há mais de 4,5 mil sentenças a favor de vítimas.

"O ex-professor de catecismo Sánchez Mato disse que as vítimas de abuso cometidos por religiosos na Espanha 'não se atrevem [a reclamar na Espanha] por medo de pressões, por acreditar que não conseguirão nada e porque aqui a Igreja ainda manda muito'.

"As 70 organizações civis que já vem protestando contra a visita reúnem ativistas laicos, sindicatos e associações de defesa dos direitos dos homossexuais.

"Na quinta-feira, eles iniciaram as manifestações do 'Habemus Party' – um trocadilho misturando a frase usada no anúncio de um novo papa no Vaticano (Habemus Papa) com a palavra inglesa  party, que significa  festa.

Os organizadores convocaram a população para atos simbólicos polêmicos como um encontro de mulheres vestidas de prostitutas e um 'beijaço' de homossexuais nas ruas próximas à catedral de Barcelona no momento em que o Papa estiver na Sagrada Família.

"Estão previstas também uma palestra com o título de  Santa Máfia: o império econômico da Igreja e a distribuição de mais de 30 mil objetos como adesivos, bandeiras e cartazes contra o papa Bento 16".

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