quinta-feira, 18 de novembro de 2010

CAPANGAS DO EMPRESARIADO INTIMIDAM CIENTISTAS

No meu recente artigo O Ministério da Saúde adverte: celulares causam câncer cerebral, reproduzi estas interessantes declarações da epidemiologista Devra Davis sobre o rolo compressor que o empresariado lança contra quem denuncia os malefícios de seus produtos:
Tenho documentos para provar que existe um esforço sistemático e concentrado da indústria de telecomunicações para desacreditar ou suprimir pesquisas cujos resultados não lhe favorecem (...). Quando um estudo assim é publicado, a indústria patrocina outros estudos para desmenti-lo... há diversas formas de cozinhar os dados de uma pesquisa para invalidá-los ou evitar que se chegue ao resultado desejado".
Parece ser apenas a ponta de um iceberg, pois um ótimo artigo do jornalista Marcelo Leite  comprova a existência da mesmíssima prática na área do clima. 

Tendo em mente a minha advertência de que a ganância capitalista está cumprindo na atualidade o papel de agente da destruição da espécie humana, ao priorizar o lucro em detrimento até da vida das pessoas, leiam e reflitam:
 "A revista britânica 'Nature' publica nesta semana uma entrevista reveladora com Phil Jones, climatologista que se tornou o pivô do escândalo conhecido como 'Climagate' há um ano.
Acusado de manipular e ocultar dados e de distorcer a ciência ligada ao aquecimento global, a partir de e-mails furtados por hackers dele e de seus colegas, Jones foi inocentado. Conta que recebeu ameaças, que pensou em suicídio e que, por alguns meses, só dormia com a ajuda de remédios.

O abatimento de Phil Jones mostra como o pesquisador médio está mal preparado para enfrentar a guerrilha movida pelos 'céticos do clima', que defendem que o aquecimento causado pelo homem não existe.

Eles têm por objetivo central plantar uma semente de dúvida na ciência do clima, no que são auxiliados pelas incertezas inerentes à atmosfera. Bombardeiam os adversários com questionamentos e pedidos de informação, a fim de garimpar deslizes que possam tornar-se munição.

No caso dos e-mails furtados dos servidores da Universidade de East Anglia (Reino Unido), onde Jones chefiava a Unidade de Pesquisa de Clima (...), funcionou por algum tempo. Comentários cruéis, frases ambíguas e recomendações maliciosas davam verossimilhança à tese de que a CRU participava de uma conspiração para fraudar a ciência e calar os 'céticos'.

Jones afastou-se do cargo. Foi investigado por mais de uma comissão. Nenhuma encontrou provas de fraudes...

...Os 'céticos' desferem seus ataques desde uma zona cinzenta, entre a periferia da pesquisa (há poucos cientistas atuantes na área em suas fileiras) e a franja de 'think tanks' conservadores dos EUA. Malícia e táticas de propaganda não lhes mancham a reputação, em especial se bem sucedidas.
A ciência do clima é importante demais para permanecer refém desse conflito".

Um comentário:

Djijo disse...

Eu assisti o documentário do Al Gore "uma verdade inconveniente" e o outro que o contesta "uma mentira conveniente". Este me pareceu mais sério do que o de Al Gore, pela lógica com que é destrinchado o "aquecimento global antropomórfico" e colocado o aquecimento como um fator natural. Vale assistir.
Mas eu levanto outro problema que ninguém discuti, parece que foi deletado da cabeça de todo mundo, inclusive cientistas. O que ocorre com os milhões de toneladas de agentes químicos jogado na natureza? 1 família que consuma 1kg de sabão em pó por semana, dá 4/mês e 48kg/ano. Em 10 anos, 480 Kg, só de sabão em pó, fora desinfetantes, shampoos, sabões, creme dental, e etc. Famílias. Miltiplica-se isso por 1 bilhão. Em média, despejo 35 litros de combustível queimado na atmosfera/mês. E as indústrias que também jogam muito mais do que as famílias? Se percebeu, tudo isso, uma parte vai para o oceano. Sabemos que em uma solução há o ponto de saturação. O que ocorrerá quando esse ponto chegar? O tal de O2, quando há em maior quantidade, parece que a agricultura se beneficia, afinal carbono é a base da vida neste Planeta. Os poluentes químicos, até onde sei, só as indústrias químicas se beneficiam. Não e hora de se olhar para isso?

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