quarta-feira, 27 de outubro de 2010

COMPANHEIROS À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS

Quatro dias antes de Dilma Rousseff ser confirmada como a nova presidente do Brasil, o País respira tranquilidade, os eleitores não aguentam mais a overdose de política, os jornalistas e cidadãos bem informados estão carecas de saber que a fatura está liquidada... mas o nervosismo virtual atinge picos incríveis.

As mais estapafúrdias teorias conspiratórias são colocadas em circulação e sofregamente repassadas por companheiros à beira de um ataque de nervos.

Calma, minha gente!

Desde que a Dilma tomou a dianteira nas pesquisas eleitorais, a campanha segue modorrentamente no mesmo diapasão, com a vantagem ora aumentando, ora diminuindo, mas sempre se mantendo em patamar seguro.

tempestade de som e fúria  da propaganda e dos debates  significou nada. O eleitorado há muito tempo decidiu quem será a presidente.

A mídia golpista e seu foguetório, quanto muito, conseguem levar para o 2º turno eleições que seriam liquidadas no 1º, como a de 2006 e a atual. Para nada: o resultado não muda.

É ingenuidade superdimensionar o efeito da Jornal Nacional da antevéspera na vitória de Collor sobre Lula em 1989 -- pesadelo que mais assombra a companheirada.

Na verdade, as pesquisas davam empate técnico, com o  caçador de si próprio  um pouquinho à frente. Aí, no debate decisivo, ele levou mesmo a melhor.

É claro que o jogo sujo teve enorme influência na performance bisonha e travada do Lula -- quem não se abalaria vendo expostas ao País inteiro suas infidelidades e respectivas consequências?

Aí, o jornalismo manipulatório da Globo realmente maximizou o impacto do debate, mas não inventou a superioridade do Collor. Ela existiu.

O resultado final foi mais ou menos o seguinte: equilíbrio no restante do País e São Paulo desequilibrando em favor do candidato conservador, que venceu por 4 milhões de votos.

Não é o que acontece até hoje? 

No 1º turno, Serra foi o mais votado em SP, Geraldo Alckmin garantiu que os tucanos continuarão empoleirados no Palácio Bandeirantes pelo quinto mandato consecutivo e, na disputa pelo Senado, Aloísio Nunes disparou na reta de chegada para conquistar um 1º lugar que as pesquisas não lhe auguravam.

Vale lembrar, ainda, o episódio Globo-Proconsult de 1982, um denunciado, abortado e desmoralizado plano para roubar a vitória de Leonel Brizola.

A conspiração deu com os burros n'água e o gaúcho assumiu triunfalmente o governo do Rio de Janeiro, impondo à Globo humilhação maior ainda que a da semana passada, quando foi pilhada tentando maquilar bolinha de papel para que parecesse meteorito...

Em suma, falsear uma eleição gritantemente decidida como a de agora está além das forças do sistema. Não acontecerá. Ponto final.

4 comentários:

blog do teacher Ramos disse...

Celso, mô véi,

Eu sou um dos que está à beira de um ataque de nervos. Acabeide colocar um post dizendo que o PT deveria mencionar no guia os boatos de tumulto na passeata de FH e que registrou boletim de ocorrência. Gostaria de ter a sua calma. Deus queira que estejas certo. abs.

Anônimo disse...

Não estou entendendo: não era o nobre comentarista que alertava, contra todas as evidências, um cheiro de golpe no ar????

celsolungaretti disse...

O "nobre comentarista" deixou claramente expresso que seu temor não era de um golpe ANTES DAS ELEIÇÕES, mas sim APÓS A POSSE de Dilma. Basta você ler os posts antigos.

Os ultradireitistas já tentaram isto no 1º ano do 2º governo do Lula (com o "Cansei!") e terão melhores razões ainda para fazerem nova tentativa, agora em 2011: afinal, a perspectiva é de ficarem longe do poder até 2019 (contando os quatro anos da Dilma e os quatro do provavelmente reeleito Lula).

Não engolirão isto facilmente.

AF Sturt Silva disse...

E o Lula pode ficar mais dois mandatos!
2014-2018 e 2019-2023...

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