terça-feira, 13 de julho de 2010

GOETHE EXPLICA

Eis uma interessante reconstituição do longo noivado até a coabitação em 2004 e o registro em cartório em 2010: Aliança PT-PMDB demorou 30 anos para ser fechada.

Só que, mesmo legalizada, continua sendo uma união degradante...
Como se trata de mera compilação de fatos notórios, pouco importa que provenha da sempre suspeita Folha de S. Paulo. O jornalista Maurício Puls contou um conto e não acrescentou nenhum ponto.

É o passo-a-passo de uma transição negativa: de como um partido formado por remanescentes da luta contra a ditadura dos generais, expoentes da esquerda católica e sindicalistas combativos do ABC foi se aproximando de um partido que começou como esquerdista moderado e seguiu cada vez mais para a direita e para baixo, até se tornar o representante máximo do fisiologismo político no Brasil.

Leiam e avaliem:
"A candidata do PT ao Planalto, Dilma Rousseff, inaugura hoje em Brasília, às 18h, o seu comitê central ao lado do vice, Michel Temer, e da cúpula do PMDB - que desde 2004 integra o governo Lula.

"A aliança PT-PMDB hoje parece natural, mas demorou 30 anos para ser fechada. Quando foi fundado, em 1980, o PT atraiu alguns parlamentares do antigo MDB, mas os dois logo entraram em choque, pois disputavam fatias do mesmo eleitorado.

"O PMDB acusava o PT de dividir a oposição e 'fazer o jogo' da ditadura, enquanto o PT o chamava de 'partido burguês'. 'Nosso adversário é o PMDB', dizia Lula.

"Os dois partidos atuaram juntos na campanha das
diretas-já, em 1984, mas se separaram assim que a emenda foi rejeitada: o PMDB conseguiu eleger Tancredo Neves, mas o PT se negou a participar do Colégio Eleitoral e forçou a saída dos dissidentes.

"Lula fez oposição sistemática à gestão de José Sarney (PMDB) e se recusou a votar o texto da Constituição de 88, elaborada por um Congresso de maioria peemedebista.

"Na campanha presidencial de 1989, o candidato do PMDB, Ulysses Guimarães, se dispôs a apoiá-lo no segundo turno, mas o PT vetou sua presença no palanque. Em 1992, após a queda de Collor, o PT suspendeu Luiza Erundina, que aceitara ser ministra de Itamar Franco.

"É só a partir de 1998 que Lula vai atrás do PMDB. Este se alia aos tucanos em 2002, mas o PT já obtém o apoio de Sarney e Quércia. O PMDB entra no governo em 2004 e, a cada crise política, vai ampliando a cota de ministérios".
Resumo da opereta: os companheiros descontentes com a mais do que provável eleição de Dilma ou Serra não terão nem mesmo o consolo de torcerem para que o vice assuma. Estão ambos bem à direita de quem encabeça a chapa. Afora o fato de que um tem o perfil do político profissional que ninguém mais suporta e o outro é um Collor em miniatura...

Um comentário:

Paulo Marcel disse...

Eu chamaria de mau necessário.
Infelizmente, a nossa política ainda tem muito deste ranso de coronelismo.
O PMDB, querendo ou não, é um partido poderoso, é o maior e portanto o governo precisa do apoio dele para aprovar suas medidas e projetos de lei.
Não deveria ser assim.
Os parlamentares deveriam estar comprometidos com o desenvolvimento da nação e não com dogmas partidários.

http://todeolhomalandragem.blogspot.com

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