quinta-feira, 4 de setembro de 2008

TUDO COMO DANTES NO QUARTEL D'ABRANTES

O episódio dos três rapazes de SP que confessaram sob torturas um crime do qual eram inocentes, permanecendo presos durante dois longos anos numa cela superlotada, nos traz imediatamente à lembrança o clássico O Caso dos Irmãos Nave, de Luiz Sérgio Person.

Já se passaram 41 anos desde que o filme foi lançado e sete décadas desde a ocorrência verídica: dois irmãos igualmente acusados de um assassinato que não haviam cometido, torturados e injustiçados.

Aqueles que hoje exibem indignação diante das câmaras e prometem providências enérgicas são dignos membros da elite que, antes e depois do caso dos Irmãos Nave, jamais se preocupou com os maus-tratos infligidos a cidadãos brasileiros por uma polícia incompetente e truculenta.

O cineasta Person dava a entender que algo assim só poderia ter acontecido no clima de desrespeito aos direitos humanos característico de uma ditadura como a de Getúlio Vargas.

Errado. Durante o governo companheiro do Lula, em pleno século XXI, a História se repete. Talvez porque, parafraseando a frase célebre de Hegel, os governos, todos os governos, sejam uma farsa.

Lula e os tucanos que têm governado São Paulo nada de concreto fizeram para que essas práticas hediondas se tornassem o que deveriam ser: marcos de um passado infame, motivo de revolta e vergonha para qualquer indivíduo civilizado.

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