terça-feira, 26 de agosto de 2008

O OUTONO DO PATRIARCA

Fidel Castro está comprovando que a velhice é implacável com todos. Acaba de completar 82 anos e está igualzinho à minha mãe, que tem 81.

Ambos perderam o senso da realidade. Não conseguem mais conviver com os acontecimentos desagradáveis do dia-a-dia. Vêem conspirações em tudo.

A última do Fidel foi atribuir a derrocada olímpica cubana à "máfia e a arbitragem".

Se já é ridículo um personagem histórico emitir opiniões próprias de torcedor tacanho, pior ainda quando desanda a defender o inaceitável.

Um troglodita cubano, ao disputar a medalha de bronze no taekwondo, precisou de atendimento médico durante a luta. O atendimento durou mais de um minuto. A regra só permite um minuto. O árbitro cumpriu a regra e deu a vitória ao adversário.

Foi o suficiente para esse tal Angel Alodia virar Incrível Hulk, desferindo um pontapé na cara do árbitro. Foi merecidamente excluído do esporte para sempre. Acho pouco: deveria também ser mandado para a prisão ou para o hospício.

Como Fidel, num daqueles seus intermináveis artigos, encarou esta grotesca demonstração de falta de espírito esportivo? Assim:
- Ele ficou assombrado com uma decisão que lhe pareceu injusta, protestou e acabou agredindo o árbitro. Mas tinham tentado comprar seu treinador um pouco antes. Angel estava predisposto e indignado. Angel não conseguiu se conter. Temos de ter total solidariedade com ele e com seu treinador.

Perto dele, até Lula é fichinha. Afinal, só tentou vender-nos gato por lebre, ao qualificar de "razoável" um desempenho bem pior que o da Olimpíada anterior (o mesmo total de medalhas, mas duas de ouro a menos), embora as verbas para o esporte tivessem aumentado muito.

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