domingo, 17 de janeiro de 2016

PARA SALVAR A PELE DA DILMA, ATÉ O DELFIM NETTO SERVE!

Delfim Netto foi um dos 17 signatários do Ato Institucional nº 5, que deu sinal verde para os órgãos de repressão da ditadura militar barbarizarem, matarem, torturarem, estuprarem, darem sumiço em cadáveres, etc. Isto faz dele co-autor de todos os crimes cometidos pelos terroristas de Estado entre 13 de dezembro de 1968 e 31 de dezembro de 1978.

Delfim Netto não se arrepende de todo sangue que jorrou de sua caneta e já chegou a afirmar que assinaria de novo o AI-5. Eis, textualmente, a defesa que fez da sua ignomínia em junho de 2013: "Se as condições fossem as mesmas e o futuro não fosse opaco, eu repetiria".

Este é o indivíduo cuja opinião favorável à continuidade da presidente Dilma Rousseff no poder foi valorizada pelo Brasil 247  a ponto de ocupar toda a capa da edição 74 de sua revista. De que vale, afinal, o apoio de quem apoiou o AI-5?!

Não há nada a estranhar, contudo, pois na campanha presidencial de 2014 o site do Brasil 247 chegou a reproduzir, respeitosamente, críticas a Marina Silva formuladas por... Reinaldo Azevedo! Tão respeitosamente que o pitbull ultradireitista foi introduzido apenas como "expoente do movimento neocon".

Mesmo que eu estivesse me afogando, recusaria uma mão estendida por Delfim Netto.

2 comentários:

Vitorio Malatesta disse...

Celso, quem é o mantenedor do 247?

Quando a Delfim, quando ministro da ditadura, não tinha nenhum pudor em repetir o mantra: "O capitalismo é um animal selvagem. Ele se ambienta melhor em lugares tranquilos".

Enquanto isso a ditadura torturara, matava os brasileiros nas masmorras. E na invasão de "aparelhos", tocaias, emboscadas, não fazia prisioneiros; fuzilava mesmo sem encontrar reação. E ainda por cima seus agentes roubava os pertences dos assassinados.

E esse sinistro burocrata, com sua falsa bonomia, chegou na era lulista a consultor informal do Luis Inácio, este último que todo mundo ficou realmente conhecendo quando chegou no palácio [com licença do Barão de Itararé].

celsolungaretti disse...

Vitorio,

francamente, nada sei de mantenedores. Mas sempre criticarei duramente as opções utilitárias como essa de levantar a bola do Delfim para favorecer a Dilma, ou a outra de reproduzir textos do Reinaldo Azevedo para detonar a Marina.

No jornalismo como na política, devemos manter nossos princípios, não fazer malabarismos ideológicos ao sabor das conveniências.

Abs.

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