sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

A SAÍDA? BEM, O SR. PASSA O POSTO IPIRANGA, SEGUE EM FRENTE POR UNS 365 DIAS E TALVEZ ENCONTRE ALGUMA...

Eis a música que melhor define o que será o ano de 2016:


E eis o motivo, tão bem exposto e dissecado pelo jornalista Vinícius Torres Freire que me permiti reproduzir aqui os principais trechos do artigo dele do dia 31, poupando-me trabalho desnecessário:

"Talvez a crise possa ter chegado ao fundo do poço"
"A confiança dos agentes econômicos dá um sinal de que, talvez, [a crise] possa ter chegado ao fundo do poço. Pesquisas mostram a cada mês o que consumidores e empresários acham de sua situação atual e as expectativas quanto a compras, emprego, estoques, vendas, produção e investimento. O ânimo ainda está nas mínimas já registradas, mas num e noutro caso despiorou de leve, em dezembro.

A confiança do empresário industrial, do setor de serviços e do pequeno e médio empresário melhorou um tico, após meses de derrocada.

Isso não quer dizer que a produção vai crescer tão cedo (não antes do segundo semestre). Quer dizer apenas que, talvez, queiram os céus, o desânimo parou de crescer. No caso do comércio e dos consumidores, a coisa ainda é triste. Entende-se.

Pode ser que parte da indústria e do setor dos serviços sinta uma brisa de melhora por causa da desvalorização do real. Compra-se muito menos lá fora, viaja-se menos para o exterior. Gasta-se um pouco mais aqui, pois ficou caro comprar importados.

O varejo e consumidores, porém, sentem cada vez mais o efeito retardado da recessão, que começara já em 2014. Emprego e consumo começaram a apanhar neste ano. Em termos anuais, o rendimento nacional médio havia apenas estagnado, até setembro (último dado disponível).

O desemprego vai aumentar, o rendimento nacional médio do trabalho vai cair e reduzir o consumo outra vez. O varejo deve encolher 4% em 2015. Entre 2004 e 2012, as vendas do varejo cresciam 8% ao ano, em média.

Mesmo que a economia pare de piorar, que a produção (PIB) fique estagnada durante 2016, o efeito nas ruas deve ser mais sentido.

Estagnação no caso significa que, trimestre sobre trimestre, a produção (o PIB) não aumenta em 2016, ficando no mesmo nível deste trimestre final de 2015. No entanto, o quarto trimestre de 2015 terá sido pior que o terceiro trimestre, que foi pior que o segundo, que foi pior que o primeiro de 2015.

Na média, a economia (produção) de 2016 vai ser, portanto, menor que a de 2015, pelo menos 2% menor, em caso de estagnação daqui em diante. Uma economia menor em tese precisa empregar menos gente. Mesmo que a economia se recupere, as empresas terão capacidade ociosa: podem produzir mais sem comprar mais equipamentos ou sem contratar mais gente. O efeito da recessão no emprego vem mais tarde; o efeito da recuperação também.

A recuperação, porém, depende das condições macroeconômicas (gastos do governo, inflação), ainda um caos horrendo. Dá para melhorar, previsão não é destino nem maldição. Com um governo ausente e alienado da realidade, porém, vai ser difícil mudar.

Um comentário:

SF disse...

O que o articulista disse lembrou-me de uma conversa com um velho conhecido.
Ele me disse que o emprego é o último a cair numa crise e que é o derradeiro a aumentar qdo a crise passa.
Pode ser que observemos em 2016 justamente esse fenômeno do aumento do desemprego. Sinal de que, para o capital, a crise "acabou".
Tudo manobra para diminuir ainda mais o custo do trabalho, o que já engatilha a próxima "crise".
Quem dera os desempregados aproveitassem e nunca mais voltasem ao mundo do trabalho capitalista...

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