segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

APOLLO NATALI: "ENSAIO SOBRE A BENIGNIDADE".

Por Apollo Natali
O amor, segundo Nietzsche: ajudar alguém "faz parte da mentalidade de escravo astutamente engendrada pela propaganda sacerdotal. Jamais alguém faz algo totalmente para os outros. Todas as ações são auto-dirigidas, todo serviço é auto-serviço, todo amor é amor-próprio. Cave mais profundamente e descobrirá que você não ama aqueles que pensa que ama. Ama, isso sim, as sensações agradáveis que tal amor produz em você". 

Com essas enredadoras palavras do controvertido filósofo alemão, invento este que chamo de breve ensaio para mostrar que a linguagem da religião pode ser traduzida com exatidão para a linguagem da ciência da psicologia. E vice-versa. Dizem o mesmo, as duas. 

A religião e a psicologia focam o comportamento. Tanto uma como outra dizem que o bom comportamento preserva nossas boas condições de saúde e equilíbrio. Até incontidos desvarios íntimos podem ser corrigidos por quem se deixa envolver pelo bem, prometem as duas.  Doutrina psicossomática, a da religião e a da psicologia.

Estarei a rodear todo o tempo essa palavra, comportamento. Pois não é o ensaio  aquele texto que fica a embaralhar todo o tempo determinado assunto sem nada informar?  Pretendo apenas vislumbrar semelhanças entre os dizeres religiosos de Jesus Cristo e os da ciência da psicologia.  

Eis as nossa motivações para ajudar o próximo, segundo Nietzsche:
"O bom comportamento é ótimo negócio, nos beneficia, e então lá vamos nós egoisticamente a ajudar o próximo, e dessa maneira a alimentar o nosso amor-próprio"
O pensador alemão –bobagem dizer pensador alemão, todos os pensadores são alemães- não acredita na sinceridade do bem-querer, desacredita do cristianismo e muito menos crê no amor fraternal dos religiosos. Para ele, amor é o mesmo que egoísmo. Quem ama escraviza o ser amado.  

Comparar não ofende: qual a primeira ação do psicólogo a quem levamos nossas crianças demasiadamente irrequietas? É mudar o comportamento. O mesmo que sugere o sacerdote ao ajoelhado fiel mal comportado. E também o preto-velho do terreiro a seu povo religioso.  

Não estou a inventar religião nenhuma. Sou avesso a qualquer religião organizada. Para mim, a verdadeira fé transcende o âmbito de qualquer religião.  Tenho Jesus Cristo como o maior psicólogo que já passou pela Terra, pés no chão, homem, uma alma doce e enérgica, carregada de desconhecido amor. Falava em termos religiosos ao povo hebreu, único na época a acreditar num Deus único. Faça isto: traduz cada preceito de Jesus para os termos acadêmicos da ciência da psicologia e terás que o sermão de ambos é pela melhoria de comportamento.   

O psicólogo da Terra tenta mudar o comportamento de uma criança levada. O psicólogo do Céu veio para mudar para melhor o comportamento de toda a espécie humana. E se Jesus Cristo não tivesse vindo com sua proposta de bom comportamento e amor, nosso planeta azul seria hoje definitivo caos.

A palavra-chave, tanto da ciência da Terra como a do Céu, é, pois, comportamento. Ambas insistem: doença ou saúde são conseqüências psicossomáticas do comportamento. 

Fiquem calmos, isto é apenas um tímido ensaio, não garante nada.

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