quinta-feira, 26 de novembro de 2015

ABANDONADOS OS PRINCÍPIOS ÉTICOS E AS BANDEIRAS IDEOLÓGICAS, A DEGRINGOLA NÃO TEM FIM.

Poderia ter havido uma séria crise institucional, um conflito de Poderes, caso o Senado questionasse a controversa interpretação que o Supremo Tribunal Federal deu à Constituição para justificar a primeira detenção no Brasil de um senador em exercício. 

Mas, tão acachapantes eram o áudio/transcrições da proposta indecente e do plano de fuga, trombeteados exaustivamente pela mídia, que poucos parlamentares ousaram desfraldar a bandeira da incolumidade do Legislativo. 

O que o eleitorado pensaria de quem o fizesse? Decerto concluiria que tinha igualmente o rabo preso com a corrupção... [Que estranho período vivemos: alguém desperta como um dos homens mais poderosos da República e adormece como um pária encarcerado!]
Delcídio do Amaral: de figurão a pária em 12 horas.

Também o presidente do PT, Rui Falcão, deu uma solene banana para o líder do governo no Senado, afirmando que o partido não estava obrigado a manifestar solidariedade a Delcídio do Amaral, pois "nenhuma das tratativas atribuídas ao senador tem qualquer relação com sua atividade partidária, seja como parlamentar ou como simples filiado".

Como os dirigentes petistas se preparam para expulsar o pária na semana que vem, deduz-se que, apesar da ressalva retórica, Falcão considera ponto pacífico a existência das "tratativas atribuídas ao senador", caso contrário estaria cometendo uma enorme injustiça ao abandoná-lo às feras e articular sua expulsão.

Só faltou comunicar seu entendimento à bancada do PT no Senado, que pagou o mico de ser responsável por 9 dos 13 votos contrários à decisão do STF (os favoráveis foram 59). Estranha solidariedade a deles, para com um colega acusado de participar da roubalheira de dinheiro público e que se aliou a um banqueiro numa tentativa mafiosa de afrontarem a Justiça, tirando das grades e do País um corrupto confesso! Registro o nome dos dois únicos senadores petistas que honraram seus mandatos: Paulo Paim e Walter Pinheiro. E concedo o benefício da dúvida à ausente Fátima Bezerra.
Será que o André Esteves não gostou  do rango no xilindró?

Aliás, o aspecto que mais me choca no episódio é exatamente este, o da promiscuidade com banqueiros, que parece ter-se tornado marca registrada do PT.

Ora é Dilma Rousseff que convida o presidente do Bradesco para ministro da Economia, aceita que este mande um subalterno insignificante no seu lugar e o mantém no posto contra tudo e contra todos (inclusive Lula), mesmo depois de ficar mais do que evidenciada sua incompetência e seu retumbante fracasso.

Ora é a adoção de medidas econômicas que impõem terríveis ônus aos excluídos, trabalhadores e classe média, significativos ônus à indústria e comércio, alguns ônus à agricultura, mas ônus nenhum ao capital financeiro, que surfa e até lucra com a recessão.

E agora um banqueiro aparece ao lado de um grão petista não só no envolvimento com crimes do colarinho branco como o mensalão ou  petrolão, mas também num esquema de bandidagem pura e simples. Como disse o jornalista Vinícius Torres Freire, "falta apenas alguém mandar matar testemunha (*), policial, procurador ou juiz". 

relação indecente/parceria criminosa entre Delcídio do Amaral e André Esteves faz lembrar a de guerrilheiros desvirtuados com narcotraficantes na Colômbia. Comprova que, quando são abandonados os princípios éticos e as bandeiras ideológicas, a degringola não tem fim.

Ou, talvez, tenha: pode ser que termine no tanque de merda ao qual, com a finesse que lhe é inerente, referiu-se o indigitado senador Jader Barbalho.

Trata-se do habitat natural dos personagens desses escândalos que infestam a política oficial, agora sem distinção nenhuma entre petistas e não petistas, todos enfiados até o pescoço nos excrementos.
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* talvez esta forma mais simples de eliminarem o risco Cerveró só não tenha sido cogitada por temor de um novo caso Celso Daniel.

2 comentários:

Joaquim Guedes disse...

Alguns amigos aposentados, ex metalúrgicos, que ainda trabalham, por ser impossível levar uma vida digna com os vencimentos do INSS, tem defendido que se o juiz Moro fosse apanhar na rede da Lava Jato tucanos na proporção que tem apanhado esses petistas enganadores, a operação já tinha sido melada. O PT, PSDB e o resto da politicalha teriam entrado num grande acordo salvando-se todos.

Estão tentando pegar o Lula? Se ele deve fazer o quê? Que ânsia foi essa dele que depois de sair da presidência ficar viajando com latifundiários, magnatas da indústria e banqueiros ao redor do mundo.

Deixou seu partido, o trabalhador desorganizado, desmobilizado e quando Lula volta a cena vem com as mesmas companhias; Nelson Jobim, quer a volta do Meirelles e teria a tiracolo o Thomaz Bastos se este não estivesse com o papai do céu.

Seria melhor entender que sua era passou. Os trabalhadores nas duras épocas que já chegaram encontrarão autênticos líderes. Lula provou que não é de enfrentar o capital. Não precisamos mais de conciliadores que compactuam com aqueles que nos exploram.

Anônimo disse...

cuma?

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