segunda-feira, 19 de outubro de 2015

DILMA E O DILÚVIO

Dilma não pede mais a benção do padrinho ... 
Na semana passada, o que há de mais representativo e influente no PT fritou Joaquim Levy como nunca. Ainda assim, Dilma Rousseff declarou que o manterá como ministro da Fazenda. Por quê?

Porque os interesses do partido e da presidenta são conflitantes neste momento.

Como o Juquinha que só pensava em sexo, a Dilma só pensa em evitar o impeachment. Seu ego descomunal impregna cada decisão que toma. Pactuará com o pior demônio do inferno, se for necessário. Mas não admite a perspectiva sair do Palácio do Planalto pela porta dos fundos.

Então, com a popularidade no fundo do poço e cada vez mais mal amada pela esquerda, agarra-se como uma náufraga na única boia que julga poder salvá-la: o grande capital.

Foram os endinheirados que exigiram o arrocho fiscal e Dilma teme que, expelido Levy, parte deles cerre fileiras com a oposição e a outra parte apenas assista ao espetáculo, não movendo uma palha para evitar o impedimento presidencial. Então, ela bate o pé: que fique Levy e que se dane o povo brasileiro! 

Pois a recessão não cessará de agravar-se enquanto não for retirado o bode da sala... quer dizer, do governo. Um milhão de coitadezas foram para a rua da amargura. Quantos mais terão de pagar pela irredutibilidade da Dilma?
...e desautorizou publicamente Rui Falcão.

Já o Lula e o Rui Falcão, ao abrirem o jogo (e o fogo) contra Levy, priorizam a sobrevivência do PT, pois a recessão o está destruindo. Quanto mais tempo persistir a indefinição atual, maior será o estrago. 

Ser identificado pelos trabalhadores como o partido responsável pela pior penúria das últimas décadas deverá causar verdadeiros desastres eleitorais. A perda da hegemonia nas ruas foi só um trailer do que está para vir.

Então, os grãos petistas estão fazendo pressão máxima para que a Dilma desista da guinada à direita e reassuma as bandeiras históricas do partido, mesmo que isto venha a ser a gota d'água para o impeachment.

E a presidenta a eles resiste porque coloca sua autoimagem acima do País, do partido, do seu ídolo de ontem e do seu padrinho de hoje, dos ideais que longinquamente a levaram a pegar em armas, dos clássicos marxistas que leu e esqueceu, das agruras dos desempregados e do desespero dos miseráveis, acima até de Deus (caso nele acredite). 

Não é nem "depois de mim, o dilúvio!". É "se eu tiver de morrer, que venha o dilúvio e nos mate a todos de uma vez!".

3 comentários:

Lucas disse...

MAs o Lula quer que o Meirelles entre no lugar do Levy, ou seja, outro banqueiro.

celsolungaretti disse...

O Levy é um funcionário de banco que só se tornou ministro por causa da indicação do patrão banqueiro; e, na vez anterior em que houve grande pressão para que fosse demitido, a Dilma estava com jeito de que o faria, mas mudou diametralmente de ideia depois de uma reunião com dito banqueiro, o Luís Carlos Trabuco. Ou seja, parece mais o representante do Bradesco no governo do que um ministro da República.

Que eu saiba, o Meirelles não é, especificamente, o queridinho de nenhum banqueiro. Parece ser muito mais competente em seu ofício do que o Levy. E assumiria, presumo, para seguir o que a orientação do Rui Falcão: liberar crédito para investimento e para consumo; reduzir a taxa de juros; "devolver esperança à população".

Ou seja, exatamente o oposto da ortodoxia neoliberal.

Valmir disse...

véi na boa??? nada soa mais bizarro pra mim do que o emprego dos conceitos de esquerda e direita na politica no nosso país... como???? no tempo de al capone, em Chicago, por exemplo existiam gangs de direita ou de esquerda??? o PCC tem alas de esquerda e de direita????
aqui só temos ladrões....e ladrão não ta nem aí pra esse negocio de direita e esquerda...

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