quarta-feira, 5 de agosto de 2015

UMA CURIOSIDADE DA ERA DO VOZEIRÃO: OSNY SILVA.

O post anterior, sobre o Ivan Rebroff, me dá pretexto para apresentar a vocês outro artista pouco lembrado hoje em dia, de voz igualmente portentosa: o brasileiro Osny Silva (1919-1955).

Quando tinha 12 anos, venci uma competição de conhecimentos de História do Brasil num programa do Vicente Leporace e, dentre as dezenas de discos dos quais a rádio Bandeirantes não precisava mais e dava como prêmio, veio o do tal Osny Silva, já bem rodado (era de 1954 e estávamos em 1963): Funeral d'um rei nagô + Banzo.

Já naquele tempo eu estava muito mais para a bossa-nova do que para os cantores da era do vozeirão, idolatrados por meus pais. Mesmo assim, as duas canções do Osny Silva, com sua temática afro-umbandística, me fascinaram. Nem sei porquê, mas a reação do público da época tinha sido a mesma: a primeira foi seu maior sucesso e lhe valeu até um troféu Roquete Pinto de melhor cantor.

O vinil sumiu, passei décadas sem escutá-las, até que as encontrei no Youtube. Hoje, o saudosismo me faz gostar delas mais ainda.

De origem humilde, ele cantava desde o coral do liceu e foi também locutor radiofônico no RJ e SP, tendo gravado mais de 40 discos. O seu maior trunfo era ressaltado nos slogans: "a mais bela voz do rádio paulista", "a voz triunfal das Américas" (este, quando se apresentava na Argentina).

Escutar esta relíquia de seis décadas atrás deverá ser uma experiência, no mínimo, interessante. Tentem, sem preconceitos.

3 comentários:

Eduardo Rodrigues Vianna disse...

Sensacional!

Unknown disse...

Minha mãe tinha este vinil, Pisando corações.
Não sei o que aconteceu, ele sumiu, talvez tenha se perdido em nossa mudança.
Hoje, ela, com 86 anos, tem muita vontade de ouvir suas músicas novamente, e eu também, já que cresci ouvindo-as.
Só resta saudade.

celsolungaretti disse...

Eu o fiquei conhecendo de forma pitoresca. Participei duas vezes de um programa do Vicente Leporace na rádio Bandeirantes (trocadilho infame do Leporace: "Os prêmios do programa SEM DISCUSSÃO, de CEM DISCOS SÃO..."). Era ginasiano e duelei com outro ginasiano sobre questões da História do Brasil, derrotando-o nas duas vezes.

Deveria ganhar 200 discos, mas me deram 13 elepês e 70 discos de 78 rotações, todos usados. Eram os que recebiam das gravadoras para divulgação e não precisavam mais, alguns bem "malhados".

Um desses últimos era "Funeral d'um Rei Nagô"/"Banzo". Interessou-me por ser diferente de tudo que eu já tinha ouvido na vida.

Essas relíquias vc encontra quase todas no Youtube, faça uma busca por lá. Abs.

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