terça-feira, 4 de agosto de 2015

O BRADESCO CRESCE. OS BRASILEIROS EMPOBRECEM.

Quando eles riem...
Os brasileiros estão aflitos, sentindo-se empobrecer dia a dia, fazendo contas e mais contas para não se afundarem em dívidas, angustiados pelo medo de perderem seus empregos, adiando compras maiores para um futuro que têm dificuldades cada vez maiores para vislumbrarem. "A recuperação começará neste semestre? Nem a pau, Juvenal!" "Em 2016? Fala sério!" "Em 2017? Pode até ser, mas que está com cheiro de 2018, lá isto está. Ainda mais sendo ano de eleição presidencial..."

Uma exceção entre tantas feições preocupadas e sisudas é o sorriso escancarado de Luís Carlos Trabuco Cappi, o presidente do Bradesco. Não só acaba de engolir o tentáculo brasileiro do HSBC, como mostrou ter dinheiro sobrando para bancar os projetos mais onerosos que lhe derem na telha. Só não sei com quem compará-lo, se com o Tio Patinhas ou com o Cidadão Kane... 
...nós choramos.

Para o homem chamado Trabuco (parece título de spaghetti western!), 17,9 bilhões de reais não são nada. Aumentando o número de casas de agiotagem (ôps, ia esquecendo, o eufemismo é agências...), num instante recuperará o investimento, mesmo tendo desembolsado bem mais do que o HSBC Brasil valia, segundo o tal do mercado (esse ente sem face nem compaixão que rege nossos destinos sob o capitalismo!).

Mas, qual o significado maior da aposta biliardária do Trabuco? É o de que, como sempre, enquanto a crise estiver fustigando e desgraçando nosso povo, os bancos lucrarão como nunca, aproveitando a alta dos já estratosféricos juros a pretexto de conter a inflação e outros negócios de ocasião que surgem quando os cidadãos encontram-se desesperados.

A política econômica do ministro Joaquim Levy dá a Trabuco a certeza de que não perderá um centavo dos US$ 5,2 bilhões. Provavelmente, em pouco tempo ganhará o dobro. Ufana-se de que vai crescer em um ano o que cresceria numa década. Alguém duvida?

Para este também US$ 5,2 bilhões não eram nada
E quem é o Levy? Ninguém menos do que o empregadinho que o Trabuco indicou para nossa presidenta, quando ele próprio declinou o convite para assumir o Ministério da Fazenda. Ao que Dilma deve ter respondido: "Não tem tu? Vai tu mesmo..."

Hoje se percebe que o Trabuco sabia muito bem o que estava fazendo.

Eu nem preciso dizer quem não sabia.

Quem entregou o ouro pro bandido.

Quem botou a raposa pra tomar conta do galinheiro.

Quem fez o injustificável, engoliu o inaceitável, esqueceu sua identidade, perdeu o rumo e cedo perceberá que a capitulação ao inimigo não garante o cargo de ninguém.

2 comentários:

Marcos Lourenço disse...

Sempre votei no PT no segundo turno para evitar mal maior. Nunca entendi, porém, a falta de coragem política, a covardia de seus líderes em enfrentar os grandes grupos capitalistas.

Nem uma reforma agrária efetiva conseguiu fazer.

Esta postura continuou mesmo no segundo governo do Lula quando a conjuntura política/econômica eram favoráveis e com centenas de U$ em "reservas" e popularidade nas alturas.

Mas aos poucos, nessa crise, vai sendo mostrado o que estava por trás da grande "prática política" do PT.

Nestes tempos em que os trabalhadores terão que pegar em fios elétricos desencapados para ganharem o pão analises vão surgindo mostrando o que foi a era petista no poder e que ora se finda.

É o caso de um artigo de Alexandre Tambelli [que não conheço, nem suas posições partidárias,mas com um análise correta] no blog do Nassif .

Diz Tambelli, a respeito do PT não ter regulamentado a mídia:

"Na verdade, o PT se sentiu seguro em não haver mídias ideologicamente diversas, porque delas surgiria a possibilidade de uma candidatura alternativa e com votos além do PT, dentro do campo nacionalista, progressista e com Projeto de Nação".

Hoje o partido colhe o resultado de sua política, com a mídia dando respaldo aos grupos reacionários que voltaram a cena política brasileira com ferocidade.

O PT terá a pior derrota possível: ser vencido sem lutar.

Não percamos a esperança; nesta crise, que se agravará ao extremo, os trabalhadores aprenderão política muito mais do que em 13 anos de governo petista.

celsolungaretti disse...

Marcos,

a degringola do PT é o resultado de duas terríveis traições aos seus princípios:
- ter firmado um pacto de não-agressão com o grande capital, comprometendo-se a manter uma política econômica que não afetasse seus interesses;
- haver desistido de confrontar a fisiologia, preferindo comprar o apoio dos ratos do Congresso do que os expor à execração pública.

Então, mesmo na década passada, não sobrava tanto assim para dividir entre os trabalhadores, porque os capitalistas ficavam com uma fatia exageradíssima do bolo.

E a compra do apoio parlamentar resultou no mensalão e no petrolão.

O mal que essa gente fez à esquerda é incalculável. Saímos da ditadura com muito prestígio e aura de heroísmo, agora Voltamos praticamente à estaca zero. O PT foi uma bomba arrasa-quarteirão para si próprio e também para nós todos, que passaremos longo tempo sendo vistos como farinha do mesmo saco.

Um forte abraço, companheiro!

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