segunda-feira, 7 de julho de 2014

UM WESTERN CLÁSSICO, COM HOMOSSEXUALISMO ENRUSTIDO.

Minha vontade é lei (d. Edward Dmytryk, 1959), o filme para ver no blogue disponibilizado, completo e legendado, na janelinha abaixo, é um clássico do western estadunidense, reunindo três dos maiores atores do gênero: Henry Fonda, Anthony Quinn e Richard Widmark.

E, numa fase de tacanho moralismo em Hollywood,  tem como um dos pontos de interesse a sugestão de atração homossexual enrustida do personagem de Quinn pelo de Fonda, tanto que, quando o segundo arruma namorada, o primeiro tem uma crise de ciúmes com desfecho trágico. É interessante vermos como roteiristas e diretores hábeis conseguiam driblar a censura dos grandes estúdios, obrigados a seguir rígidas especificações sobre o que podia ou não ser mostrado.

Os cidadãos desesperados de Warlock contratam, a peso de ouro, um domador de cidades autônomo (Fonda) para dar um fim à violência desenfreada. Com ele vem um jogador manco (Quinn) que o ajuda nos duelos, protegendo-o de tiros pelas costas. A dupla cumpre seu papel, mas acaba entrando em choque com o xerife legalmente nomeado (Widmarck).

Obs.: em DVD este filme está sendo comercializado como Minha vontade é a lei, mas eu preferi manter o título com que passou nos cinemas.


Iniciado o filme, o ícone p/ clicar, tornando visíveis as legendas, aparece no canto direito inferior. 

4 comentários:

Anônimo disse...

Celso, acompanho seu blogger e aprecio muito os filmes e seus comentários.
Nesse western ,creio que a ênfase no homossexualismo enrustido deixa de ter sentido quando se reconhece a importância de um ser humano ser tratado não "como um coxo", mas como um igual.
A rejeição da mulher amada e de outros semelhantes por causa da "diferença"física e ,ao contrário, o reconhecimento , o testemunho do valor de uma pessoa produzem "milagres".
A amizade dos dois protagonistas tem muito dessa condição.

Cezar

celsolungaretti disse...

Cezar,

eu não fiz nenhum julgamento de valor, apenas informei que esta era a leitura que muitos críticos faziam do filme.

A devoção e o zelo do personagem de Quinn, bem como sua reação possessiva quando o de Fonda arruma namorada, parecem-me mesmo apontar nessa direção --de um sentimento que existe, sem que nenhum dos dois o assuma como tal (atração física) nem tenha consciência de toda a sua extensão.

Talvez o único erro tenha sido o meu, de colocar "homossexualismo enrustido" no título, para torná-lo chamativo. A abordagem do filme é um pouco mais sutil e eu deveria ter-me atido a ela.

Abs.

Anônimo disse...

Longe de mim supor que você nesse caso estivesse emitindo um julgamento de valor. O que você faz é uma interpretação de valor.
A nossa diferença é somente de interpretação do valor da amizade dos protagonistas do filme.Eu interpreto que a rejeição sentida pelo personagem de Quinn pelo fato de ser coxo ,ou seja "menos homem", rejeição principalmente por mulheres ( Lilly,por exemplo) gerou nele um apego profundo ao amigo que LHE DEU O DEVIDO VALOR QUANDO LHE TRATOU COMO UM HOMEM DE VALOR.
A personagem Lilly é a peça chave desta questão da sexualidade do personagem de Quinn. Este matou os dois maridos dela e mataria o terceiro.

Cezar

celsolungaretti disse...

É uma leitura interessante do filme. Enriqueceu o post.

Um abração!

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